Confederação dos Agricultores de Portugal reúne no Ladoeiro
Nova Política Agrícola Comum privilegia zonas mais desfavorecidas
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) disse que a nova Polícia Agrícola Comum (PAC), vai privilegiar as zonas mais desfavorecidas, onde as ajudas por hectare vão todas ser subidas para 60 por cento da média nacional.
“Em princípio, a próxima PAC vai privilegiar zonas mais desfavorecidas. As zonas em que não havia nenhuma ajuda por hectare ou que tinham uma ajuda muito baixa, vão todas ser subidas para 60 por cento da média nacional”, referiu João Machado.
O dirigente da CAP explicou ainda que as culturas que tinham mais ajudas, não vão deixar de as ter.
“Julgo que é uma boa oportunidade para estas regiões que são mais deprimidas, sobretudo, porque há uma rede de segurança para essa agricultura, com uma ajuda por hectare superior à que havia no passado. São boas notícias”, referiu.
João Machado falava à margem da reunião do Conselho Consultivo do Centro que decorreu sexta-feira no Ladoeiro, na Associação de Regantes de Idanha-a-Nova.
O presidente da CAP sublinhou que quando se iniciou a negociação há três anos, havia uma grande expetativa em torno da nova PAC, uma vez que Portugal “não tem um tratamento muito igualitário” em relação aos outros países em termos orçamentais.
“Estamos muito atrás. Se virmos o caso das ajudas por hectare ou por agricultor, estamos em 22º ou 23º lugar e tínhamos expetativas de que houvesse agora uma igualização dos agricultores dentro da Europa”, disse João Machado.
Porém, “infelizmente as questões orçamentais da União Europeia retiraram dinheiro à PAC e com mais países para dividir, o dinheiro é menos”, conclui o dirigente.
João Machado refere que como existe menos dinheiro, o que se fez na negociação foi minimizar as perdas, mas sublinha que em relação aos pagamentos diretos, que é o que mais interessa aos agricultores, até ganha.
“Perde um pouco nas ajudas ao investimento mas ganha nos pagamentos diretos. Temos um aumento de oito por cento no orçamento entre 2014- 2019”, disse o presidente da CAP.
Em relação ao Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), que esteve fechado praticamente três anos no princípio deste Quadro Comunitário de Apoio (QCA), o dirigente refere que recuperou totalmente.
“Estamos hoje com uma execução que é superior à média comunitária e vamos terminar este ano com uma execução de mais de 90 por cento do PRODER”, disse.
O presidente da CAP refere que a agricultura está de parabéns, porque conseguiu investir nos últimos anos sempre mais do que mil milhões de euros por ano neste QCA.
“Vamos com 7,2 mil milhões de euros investidos o que é muito bom e estamos a falar de 34 mil projetos já financiados, cujos resultados estão aí, com o aumento das exportações, diminuição das importações e até com o aumento de algum trabalho qualificado”, sublinha João Machado.
O presidente da CAP disse que estes resultados demonstram que a agricultura é um setor económico importante e que em alturas de crise, “normalmente revela-se como sendo o mais importante e o mais estruturante de todos”, concluiu.