9 abril 2014

No passado domingo em Rio Maior
O adeus de Eugénia Lima aos 88 anos

A acordeonista Eugénia Lima morreu sexta-feira, ao final da tarde, na casa onde residia, em Rio Maior, aos 88 anos.
Recorde-se que Eugénia Lima, que era filha de um afinador de acordeões, nasceu em Castelo Branco, a 29 de Março de 1925, mais concretamente na Rua do Espírito Santo, numa casa que tem uma placa a assinalar esse facto.
A carreira de Eugénia Lima como acordeonista começou quando esta era ainda uma criança, uma vez que subiu ao palco, pela primeira vez, com apenas quatro anos, com uma atuação no então Cinema-Teatro Vaz Preto, que se localiza na Rua Vaz Preto, em Castelo Branco.
A sua carreira profissional, no entanto, só teria inicio em 1935, quando integrou o elenco da revista Peixe-Espada, no Teatro Variedades, em Lisboa.
O sucesso da acordeonista albicastrense deu o grande salto em 1943, altura em que começou a gravar a solo versões de acordeão de vários compositores, bem como músicas da sua autoria.
Desde então gravou vários discos e em 1947 venceu o concurso de acordeonistas da Emissora Nacional.
Outro ano de referência para Eugénia Lima, mas também para Castelo Branco, é, sem dúvida, o ano de 1956, uma vez que foi quando fundou a Orquestra Típica Albicastrense (OTA).
Mas a vida de Eugénia Lima não foram apenas sucessos. A prova disso é que quando tinha 13 anos não conseguiu entrar para o Conservatório Nacional de Lisboa.
Anos mais tarde, no entanto, acabou por ver o seu virtuosismo ao acordeão reconhecido, quando aos 55 anos foi distinguida com o Curso Superior de Acordeão, na categoria de professora, pelo Conservatório de Acordeão de Paris.
Eugénia Lima, ao longo da sua vida, foi distinguida por várias vezes, tendo recebido o Óscar da Imprensa (1962), o grau de Dama da ordem Militar de Sant’Iago da Espada (1980), a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura (1986) e o grau de Grande Oficial da ordem do Infante D. Henrique (1995).
Em 2001 Eugénia Lima foi homenageada em Castro Marim, no Algarve, num espetáculo em que participaram 81 acordeonistas, sendo nessa altura que a acordeonista albicastrense tornou público que sofria da doença de Parkinson.
O funeral de Eugénia Lima realizou-se domingo, em Rio Maior, sendo ainda de destacar a acordeonista, ainda em vida, pode ver um dos seus desejos concretizados. De acordo com o site do Santuário de Fátima, “naqueles que foram os últimos dias da sua vida, encontrando-se hospitalizada, Eugénia Lima pediu aos seus familiares que entregassem ao Santuário de Fátima aquele que considerava o seu mais importante acordeão, o que a acompanhara ao longo da sua carreira, em Portugal e no estrangeiro” e adianta que “o instrumento, que possui uma extraordinária afinação, resul- tado da mestria do pai da artista, foi entregue, ao início da tarde de 25 de março, ao Santuário de Fátima, na pessoa do diretor do Museu do Santuário, Marco Daniel Duarte, por uma delegação de cinco pessoas”.

09/04/2014
 

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