Joaquim Martins
Dia da Europa
Dia da Europa – Assinalámos o Dia da Europa. Martin Schulz, o presidente do Parlamento Europeu disse em voz alta o que muitos responsáveis pensam mas não ousam dizer. A Europa ainda mexe mas como uma bicicleta com os pneus vazios. O risco de se desfazer é real. E ninguém tem pedalada para manter o rumo.
A responsável pelas relações exteriores, Federica Mogherini reconhece que “pela primeira vez, a União Europeia enfrenta uma ameaça existencial” e para esconjurar a ameaça são precisas reformas:” É hora de mudar a nossa união para salvar a nossa União”.
A declaração Schuman (9 maio 1950) e a sua visão de uma Europa unida e em cooperação que tornaria impossível uma nova guerra na Europa parece comprometida. O slogan “juntos somos mais fortes” perdeu força mobilizadora.
O drama dos refugiados, o terrorismo e a crise das dívidas estão a por a nu a “fraqueza” da Europa e o seu grau de desumanização. Reerguem-se muros. Reais e virtuais. A Europa tem medo. Os demónios estão a ressurgir. A psicose securitária até já aceita a limitação das liberdades. O condicionamento da livre circulação. A institucionalização do estado de exceção.
A Europa está doente.
O Papa Francisco, aquando da entrega do Prémio Carlos Magno, confessou um dos seus sonhos “sonho com uma Europa na qual ser um emigrante não seja um delito” e, deixou no ar uma pergunta pertinente: “Que aconteceu à Europa do Humanismo, campeã dos Direitos Humanos, da Democracia e da Liberdade? “
Ouviram a pergunta, entre outros, os presidentes das três principais instituições da União Europeia, Jean-Claude Juncker (Comissão), Donald Tusk (Conselho) e Martin Schulz, (Parlamento Europeu). Saberão responder? Tentarão encontrar uma resposta?