15 de junho de 2016

EM CÁCERES ESTIVERAM CERCA DE 2.200 MANIFESTANTES, ENTRE OS QUAIS MAIS DE 600 PORTUGUESES
Manifestação ibérica pede encerramento da central nuclear de Almaraz

A manifestação ibérica que decorreu sábado, em Cáceres, pelo encerramento da central nuclear de Almaraz, juntou cerca de 2.200 pessoas, das quais mais de 600 portugueses.
“Foi um sucesso esta manifestação. Desde 1987 que não havia uma participação tão grande contra o nuclear”, disse Samuel Infante, da organização ambientalista Quercus.
O ambientalista adiantou ainda que espera que depois desta manifestação histórica, o Governo espanhol não ceda às pressões da indústria do nuclear.
Durante a manifestação, que percorreu as principais avenidas de Cáceres e que terminou com uma grande concentração na Plaza Mayor da cidade espanhola, ouviram-se palavras de ordem como “Nuclear, não”, “Portugal aqui ao lado, nuclear não obrigado” ou “Espanha é capaz de fechar Almaraz”.
Samuel Infante recordou, uma vez mais, que a central nuclear espanhola “é uma bomba relógio” e adiantou que os políticos têm que cumprir o que prometeram depois do acidente nuclear no Japão.
“Hoje tivemos aqui uma reflexão nas ruas de Cáceres. Esta foi uma manifestação histórica”, concluiu o ambientalista.
Durante a tarde, no período reservado a intervenções dos diversos grupos presentes, o membro do Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), Paco Castejon, além de defender o encerramento da central nuclear de Almaraz e de todas as centrais espanholas, alertou para o perigo dos resíduos nucleares que considerou “um verdadeiro pesadelo”.
“Os resíduos nucleares são um verdadeiro pesadelo. Não há uma solução para isso e não sabemos o que fazer com eles”, afirmou.
O físico nuclear espanhol e membro do MIA, adiantou que a central de Almaraz cria um milhão de euros por dia em benefícios, facto que justifica que não a queiram fechar.
“Há recursos para o desenvolvimento sem o nuclear. Entre todos, podemos conseguir encerrar Almaraz para que as pessoas possam viver em paz”, concluiu.
Já Heloísa Apolónia, do partido ecologista Os Verdes, disse estar na manifestação pelo encerramento da central nuclear de Almaraz, “com muito gosto e grande responsabilidade”.
“Sabemos que o nuclear não é uma energia limpa, nem segura. Temos o direito de clamar por uma vida segura”, afirmou.
A deputada de Os Verdes sublinhou que esta central nuclear já ultrapassou em muito o seu tempo útil de vida e constitui “um grande perigo”.
“Os Verdes reivindicam há muito o seu encerramento e temo-nos juntado a todas as manifestações ibéricas pelo encerramento de Almaraz”, disse.
“Estamos aqui para dizer nuclear, não, obrigado”, concluiu.
Carlos Castela

15/06/2016
 

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