Fernando Serra
Réplica ao esclarecimento da VALNOR
Regozijamo-nos com o interesse que mereceu à VALNOR a denúncia que a bem da comunidade empreendemos e publicámos neste conceituado sema- nário. Não tencionávamos voltar aqui, como decididamente não voltaremos de futuro, não fora a imperiosidade de um apontamento que, ainda que breve, se nos afigura oportuno e desejável. Desta feita, retomaremos a verdade dos factos com a devida justeza, ou, como na gíria se diz, iremos colocar cada coisa no seu devido lugar.
Antes de mais, fomos surpreendidos com uma ilustração fotográfica a pretender assumir-se (insidiosamente) como desmentido àquilo que relatámos. Se acaso isto antevê uma insinuação, confessamos que de insinuações nunca gostámos. Nunca! “Jamais” (leia-se “jámé”, tal como o outro disse...).
Humor à parte, de facto a imagem que ilustra o texto perfila-se na negação do que acusámos, mas – fatalmente com pés de barro – se tivermos em conta a data do seu registo: dias após a montureira ter sido removida. Não terá ocorrido isso à VALNOR, ou terá preferido ocultá-lo. Fiquemo-nos pelo estafado benefício da dúvida.
Não iremos perdoar-nos nunca, isso sim, a lamentável distracção de que fomos acometidos quando não nos ocorreu fotografar, também nós e em tempo útil, o espectáculo de lixo reciclável de toda a espécie, amontoado e a céu aberto, cenário a que aludimos e sempre esteve à vista de quem quisesse ver. E porquê? Simplesmente porque os ecopontos (os três) havia semanas regurgitavam. Se porventura fôssemos agora detentores desse documento fotográfico, a sua publicação póstuma constituiria para a VALNOR uma bota bem difícil de descalçar.
É um facto que o cidadão comum prevarica ao depositar os citados “monos” no local errado. Por desconhecimento de onde deve fazê-lo? Por comodismo? Por mero défice de sentido cívico? Indiferentemente do motivo, seria curioso que a empresa em causa intensificasse as acções de educação ambiental a que alude como da sua iniciativa e de capital prioridade, para que também desse modo fizesse jus ao auto-proclamado paradigma de eficiência e profissionalismo em que se revê e o seu discurso verbal põe a nu, à força de tanto pretender dar-lhe destaque.
Castelo Branco, 14 de Outubro de 2016
Fernando Serra
feserra@sapo.pt