à volta da poesia
Sarzedas recebe António Salvado e o Movimento Monárquico
O Movimento Monárquico de Castelo Branco, com apoio da Junta de Freguesia de Sarzedas, organizou, sábado, nesta localidade, uma palestra subordinada ao tema Dois Poetas do Cancioneiro Geral (1516), Senhores de Sarzedas e Sobreira Formosa, que teve como orador o poeta Albicastrense António Salvado.
No decorrer da palestra foi recordado que Garcia de Resende lembrou-se de compilar poesias de vários autores, organizando milhares de textos, cri- ando assim um Cancioneiro que editaria em 1516. É de enorme importância este legado deixado por Garcia de Resende, pois é uma forma de conhecer a cultura de Portugal.
Nesta de Garcia de Resende estão referidos vários autores com ligações ao Distrito de Castelo Branco, entre os quais João Rodrigues de Castelo Branco, Rui Gonçalves de Castelo Branco, Dom João de Castelo Branco, bem como dois notáveis Senhores de Sarzedas e Sobreira Formosa, Fernão da Silveira e o filho Francisco da Silveira, que haviam sido referidos num passado recente por Manuel da Silva Castelo-Branco. Dom João II cedeu o Senhorio e Concelho de Sarzedas a Fernão da Silveira que havia combatido ao lado do Rei Dom João II na Batalha de Alfarrobeira, que também acompanhou o Rei Dom Afonso V nas jornadas de África. Fernão da Silveira havia participado também na Batalha de Toro, em 1476, juntamente com os filhos Francisco, Jorge e Diogo.
Fernão da Silveira e o filho Francisco da Silveira haviam composto várias poesias que estão no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, abordando vários temas de natureza amorosa, satírica e social.
Manuel Costa Alves recitou 15 poesias dos ilustres notáveis Senhores de Sarzedas e Sobreira Formosa, António Salvado recitou uma poesia de João Rodrigues de Castelo Branco, a célebre Cantiga Partindo-se.
Referiu-se ao Foral de Sarzedas (1212) cedido pelo Rei Dom Afonso II, falou da riqueza da terra em termos agrícolas, pois os bens agrícolas eram o mais importante para a época, sendo apontada como outra grande riqueza da vila de Sarzedas as suas gentes, que muito fizeram pela sua terra e pelo seu país, com o caso de Rui Vaz de Refoios (1407).
No final da palestra um habitante da vila de Sarzedas recitou poemas de seu pai.