EM JANTAR DE HOMENAGEM
Concelho agradece a Arnaldo Brás os 20 anos que dedicou à causa pública
“Bem Haja, Arnaldo Brás!” Foi assim que o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, terminou a intervenção no jantar de homenagem àquele que foi nos últimos quatro anos o seu vice-presidente.
“Este é um daqueles momentos agridoces”, afirmou Luís Correia, porque é bom homenagear o homem que deu mais de 20 anos da sua vida à causa pública e que sai para se dedicar mais a ele próprio e à família. Mas, disse Luís Correia, “esta homenagem significa que deixamos de contar com a sua presença diária”.
Para o autarca, homenagear Arnaldo Brás é um gesto de agradecimento e reconhecimento público que lhe é devido.
“Um homem leal, generoso, com espírito de sacrifício, que soube manter as relações pessoais sem por em causa o interesse público que sempre defendeu” e que, realça Luís Correia deve ser um exemplo para “outros homens e mulheres, que ambicionam servir a causa e a coisa pública”.
“Homenageamos um homem que deu o melhor de si, à defesa de Castelo Branco, e da nossa comunidade. Um homem que deu também o melhor de si ao partido do qual é já militante histórico. Em ambos os casos fê-lo com sentido de missão, solidário com os camaradas do partido e com respeito pelos adversários”, lembrou Luís Correia, que admitiu que já tem saudades da sua presença na Câmara e das “nossas discussões”.
Arnaldo Brás chegou à Câmara de Castelo Branco como vereador da lista de Joaquim Morão, em 1997. Na homenagem o ex-autarca, Joaquim Morão quis antes lembrar o trabalho de Arnaldo Brás na oposição, em que serviu o Partido Socialista em momentos difíceis.
“O Arnaldo serviu o PS em períodos muito difíceis. O Arnaldo serviu o PS na oposição e no poder. Ele, e muitos outros aqui presentes, serviram o PS em tempos difíceis, em tempos em que servir a causa pública e os partido políticos era muito complicado”. lembrou Joaquim Morão.
O ex-autarca lembrou o trabalho “árduo” feito por Arnaldo Brás e outros militantes para que o PS conseguisse ganhar a Câmara de Castelo Branco em 1997. E considerou que o nome de Arnaldo Brás fica ligado a um período importante da cidade de Castelo Branco, “um ciclo de ouro” no Concelho de Castelo Branco.
Arnaldo Brás, o homenageado, confessou que não estava à espera de tanta gente, “pensava que ia ser um jantarinho, bem mais pequeno”, afirmou emocionado.
“E porque as homenagens não se pedem, mas também não devem ser recusadas”, Arnaldo Brás agradeceu a todos os presentes, entre os quais estavam a sua família mais chegada, esposa, filhos e netos e irmão e sobrinhos.
Depois palavras especiais para Joaquim Morão, com quem esteve do primeiro ao último dia enquanto foi presidente de Câmara.
“Com ele aprendi muito daquilo que sei. Com ele percorri todo este concelho e festejei as maiores vitórias que o PS alguma vez teve em Castelo Branco. Sempre com uma grande lucidez, inteligência, com grande determinação. Transmitindo-nos a ideia de que não há impossíveis quando se trata de obter a melhor solução para os problemas dos munícipes”
Depois as palavras para Luís Correia, “o mais novo da lista de Joaquim Morão”, mas que, Arnaldo Brás confessa depressa percebeu que tinha todas as condições para ser seu sucessor, à frente da Câmara de Castelo Branco. E afirma que foi com orgulho que o acompanhou, sendo seu vice-presidente durante o primeiro mandato de Luís Correia na Câmara.
“Foi com orgulho que aceitei ser o número dois da sua lista e seu vice-presidente. Foi com muito agrado que percebi a sua vontade de prosseguir o trabalho até ai desenvolvido. Montando uma estratégia e conquistando objetivos” e depois olhando e dirigindo-se a Luís Correia, afirmou: “Luís tem este e o próximo mandato para concretizar essa estratégia, juntar esses resultados àquilo que já foi feito e tornar esta cidade e este concelho, um exemplo de desenvolvimento, qualificação e qualidade de vida”.
Arnaldo Brás deixou ainda uma palavra especial para Hortense Martins, afirmando que tem desenvolvido um trabalho “extraordinário enquanto deputada e enquanto presidente da Federação Distrital do PS”.
Depois, agradeceu aos presidentes de junta de freguesia com quem tanto trabalhou, aos funcionários da autarquia, aos dirigentes associativos. E naturalmente o agradecimento especial aos familiares, pela “paciência que tiveram e o apoio dado ao longos destes anos”
“À minha mulher que foi quem mais me apoiou e certamente quem mais sentiu a minha falta, aos meus filhos e genro, e aos meus netos, que nunca perceberam muito bem porque é que o avô tinha sempre dificuldade em estar disponível para os acompanhar e ir buscar à escola, que chegava atrasado às festas de aniversário e da família e andava frequentemente a correr entre Castelo Branco e Lisboa. Prometo que agora vos vou compensar”, garantiu sorrindo para os netos que o ouviam atentamente.
No jantar estiveram cerca de 900 pessoas, vindas de vários pontos do Concelho. No final a comissão organizadora ofereceu ao homenageado um relógio e a Associação Amato Lusitano, a qual continua a presidir, um retrato seu pintado a carvão, feito por Aires Melo, um emigrante que a Associação apoia.
Cristina Valente