PERIGO DAS TEMPESTADES…
Ela ria-se tanto que não conseguia contar como desejava. O marido apanhara um trambolhão com o salta de pedra em pedra do muro que a água quase cobria. Nunca vira a sua aldeia assim, tão cheia de água, se não fossem as árvores nem se atinava com o sítio onde corria a ribeira. Pois é! Um mar d’ água, que pena não ter levado o netinho para ver… E o marido a passar por cima do muro, saltinho aqui, saltinho ali para não se molhar, tremelicando, ai que vais cair! e zás, ele caiu mesmo de bruços dentro da água, e ela a pensar ai, que já partiu os óculos! ai, que rasgou as calças que foram tão caras… Nada disso! Ele emergiu com uns arranhões, óculos inteiros, calças salvas, pingando que nem um pito… e foi quando teve o ataque de riso que se prolongava agora… Tudo acabara bem! E, ó vizinha, isto do tempo vai mal, mas a chuva fazia tanta falta, veio tarde, mas é precisa. A tempestade prometida pelos meteorologistas não fora bem tempestade, é verdade que o vento era forte, a água se Deus a dava!, a garagem da Mariana inundada, e havia outras, a água escura, foi dos incêndios, e lama. Mas a chuva fazia falta, lá isso fazia! A tempestade Félix não se apresentou bem como a tempestade anunciada e temida, deve ter sido por causa do nome de homem, que as mulheres, quando dão nome a tempestades, são mais diabólicas…
Tempestades, tempestades são as notícias que os canais de televisão repetem e repetem, sempre as mesmas, os prometidos desatinos do tempo nem vieram, nem podiam mudar as notícias, podia bem ter havido qualquer coisa para mudar pelo menos as imagens-sempre-as-mesmas acompanhadas com promessas de possíveis desastres, que esses, sim, poderiam explorar-se com a acutilância trágica da desgraça…
Tempestades, tempestades são os debates dos comentadores de futebol, que o futebol nunca falha na televisão, nem só de pão vive o homem, vive também de futebol… Se não houvessem divergências, tudo seria sem graça, e vai logo aparecer a tempestade da desgraça do verbo haver, que é impessoal, mas fica mais desengraçado dizendo correctamente – se não houvesse divergências – tal como não seria tão forte dizer haverá mais tempestades, o erro é mais assustador: haverão mais tempestades… Mas isso da língua e do seu uso de catástrofe fica para outra vez…
Também há tempestades que se sonham como aquela de Assunção Cristas poder ser primeira ministra.
Olh’ó pé dele quando a bola sai… atirar para a frente?! Eu não tenho opinião definida, não sei bem se ele está à frente dos outros jogadores… partindo do princípio de que não há adiantamento do corpo… Já lá estão outra vez. Deviam anular o golo! Vejam a imagem até ao fim…
Ver até ao fim será dever de verificar o « tremendo sucesso» - palavras de Trump – que será o encontro do presidente dos Estados Unidos com Kim-Jong Un da Coreia do Norte sobre o perigo da tempestade da ameaça nuclear. Mas o Donald sabe de tudo, não um pouco, mas muito (os seus antecessores é que nada fizeram) e talvez consiga abrandar as tempestades que ele próprio arma.
Ponham-me essas imagens no ar! (…) O antijogo foi vergonhoso! Continuam. Lá estão… São sempre vergonhosos os antijogos que quebram palavra dada, como acordos que se ignoram logo a seguir ao combinado - acordo sobre uma trégua humanitária na Síria onde a situação na Ghouta oriental, perto de Damasco, é crítica. Está em causa a sobrevivência de seres humanos, mas para outros seres humanos isso pouco interessa, porque há decerto tempestade nos seus corações…
Lá fora, chove na noite, cadenciadamente, porque não há vento…