COM COLÓQUIO A REALIZAR SEXTA-FEIRA E SÁBADO
Relembrar e homenagear Faria de Vasconcelos
A Câmara e a Junta de Freguesia de Castelo Branco, o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e a Associação HiscultEduca – Associação de Estudos Histórico-Culturais, Educativos e Patrimoniais, organizam, sexta-feira e sábado, 1 e 2 de março, o colóquio Relembrar e homenagear a obra e figura do pedagogo Albicastrense António Sena Faria de Vasconcelos (1880-1939).
O colóquio surge na sequência da realização de um ciclo de quatro colóquios, em 2016, na Escolas Superior de Educação (ESE) de Castelo Branco, sobre o pedagogo da Escola Nova, onde investigadores e especialistas abordaram e refletiram a dimensão do pensamento, da obra e das ações socioeducativas e psicopedagógicas de Faria de Vasconcelos, no contexto da época. Os textos dos colóquios foram organizados no livro António S. Faria de Vasconcelos nos meandros do Movimento da Escola Nova: Pioneiro da Educação do Futuro, sob a coordenação de Ernesto Candeias Martins, que é o presidente da Associação HiscultEduca e docente do Politécnico, e é apresentado sábado, dia 2 de março.
A iniciativa tem como objetivo relembrar, analisar, discutir e refletir, num debate multicentrado de diálogo, a figura do pedagogo Albicastrense, juntando alguns investigadores/estudiosos e professores e estudantes interessados na história da educação ou das ideias pedagógicas em Portugal, assim como das ciências da educação.
O programa inclui o descerramento de uma placa na casa onde nasceu Faria de Vasconcelos, que é a atual Farmácia Grave, na Rua de Santo António, a inauguração de uma praceta com o nome do pedagogo e será também confirmada a trasladação dos restos mortais de Faria de Vasconcelos do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, para o Cemitério de Castelo Branco.
Na apresentação da iniciativa, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, realçou que Faria de Vasconcelos “é uma figura da nossa história e é uma referência para nós”.
Luís Correia sublinha, por isso, que com esta atividade “julgamos que estamos a valorizar a história de Castelo Branco e de toda a comunidade”.
O presidente do IPCB, António Fernandes, começou por destacar a importância de haver “uma forte ligação do Politécnico à comunidade de Castelo Branco, do Concelho e da Região”, para de seguida frisar que Faria de Vasconcelos, foi um pedagogo notável. Uma figura notável do ponto de vista científico e académico”. Daí ser importante “uma abordagem ao que foi a vida deste pedagogo e a sua obra”, recordando que a homenagem, que agora se realiza surge na sequência dos quatro colóquios que tiveram lugar na ESE, em 2016.
António Fernandes afirma que, por tudo isso, “não poderíamos ter outra abordagem, que não fosse participar” e defendeu que Faria de Vasconcelos “deve continuar a ser estudado, particularmente na ESE”.
Por seu lado, Joaquim Abrantes, em representação da Junta, considerou vital “homenagear figuras que com o seu percurso deixaram uma marca, neste caso ao nível da educação, da pedagogia”, relembrando que “a Escola Nova, que Faria de Vasconcelos iniciou, deu contributos notáveis à educação”.
Já Ernesto Candeias Martins afirmou que com esta iniciativa “consegue-se fazer um ato de maneira que os familiares ficaram muito agradecidos”.
Ernesto Candeias Martins relembrou depois alguns momentos que considera importantes relacionados com Faria de Vasconcelos, O primeiro com um trabalho publicado na revista Estudos de Castelo Branco, em 1969; em 1980 com uma homenagem no centenário; na década de 80 com a atribuição do nome de Faria Vasconcelos a uma rua e a uma escola da cidade; em 2013-2015, com a tradução da obra de Faria de Vasconcelos de Francês para Português; em 2016 com os quatro colóquios realizados na ESE e , agora, com esta homenagem”.
Ernesto Candeias Martins sublinhou ainda que “a grande dimensão de Faria de Vasconcelos é motivo para os Albicastrenses se sentirem orgulhosos”.
Acrescentou que Faria de Vasconcelos “foi pioneiro de uma orientação profissional que não havia no País” e destacou também “a dedicação à proteção da criança, no sentido da educação especial”, não deixando de frisar que “foi uma figura que acompanhou todas as problemáticas escolares”.
António Tavares