António Tavares
Editorial
A poucos dias do final do verão, que termina dia 22 de setembro, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) publicou o Resumo Climatológico do verão de 2025 para Portugal Continental. E, sem surpresas, ficou claro que o verão deste ano foi “extremamente quente e extremamente seco”, como não acontecia desde 1931, ou seja, há 94 anos.
Os dados revelam que “o valor médio de temperatura máxima do ar, 30,78°C, foi o mais alto desde 1931, com uma anomalia de +2.09°C em relação ao valor normal; o valor médio de temperatura mínima do ar, 16,25°C, foi o quarto mais alto desde 1931, com uma anomalia de +1,02°C em relação ao valor normal”, tudo isto acompanhado de três ondas de calor, de 15 a 20 de junho, de 26 de junho a 9 de julho; e de 29 julho a 17 agosto, a mais longa nas regiões do Interior Norte e Centro.
Além disso os dados revelam também que “foi o verão mais seco desde 1931 com um total de precipitação de 10,9 milímetros, correspondendo a apenas 24 por cento do valor normal 1991-2020”.
Para quem ainda resiste a crer nas alterações climáticas e no aquecimento global, estes são números que não deixam margem para dúvidas. O clima está a mudar e todos vamos ser afetados por isso. Um problema que é ainda maior em regiões como a nossa, o Interior, onde os verãos são ainda mais inclementes. Mas os invernos também o são e vamos aguardar o que aí vem nos reserva.