Edição nº 1619 - 1 de janeiro de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

EIS-NOS CHEGADOS AO FINAL DE 2019, um ano em que muitas escolhas tiveram de ser feitas, escolhas que vão ter consequências, positivas ou negativas, neste ano que marca o início dos anos 20 do século XXI. E é então o momento de fazer balanço, ainda que breve, daquilo que de mais importante aconteceu no ano que agora termina. No plano internacional, lembra-se aqui os momentos dramáticos vividos na Venezuela que durante semanas ocupou as primeiras páginas dos media. Parecia que Maduro tinha os dias contados, mergulhado numa crise económica devastadora, que empurrou para a emigração milhares e milhares, muitos, de venezuelanos. O problema “existiu” enquanto ocupou a atenção dos media. Até que qualquer um outro tema o substituiu...   Este foi o ano que vai ficar marcado pelo início do processo de impeachment de Donald Trump que terminará em 2020 sem quaisquer consequências já que o Partido Republicano maioritário no Senado está refém da estratégia de reeleição do presidente. Veremos se os eleitores republicanos são sensíveis às evidências de comportamento incorreto e antipatriótico de Trump, que tem a seu favor a situação económica em alta e o desemprego em baixa. Assim, os democratas, ainda sem um candidato potencialmente vitorioso na refrega eleitoral  de novembro próximo, arriscam uma derrota mesmo que o atual presidente, como nenhum outro, dívida a grande América.  O ano que agora termina foi também aquele que tirou todas as dúvidas, a quem porventura ainda as tivesse, sobre a saída do Reino Unido da Comunidade Europeia. Falta saber se o ano que agora começa terá dias suficientes para acertar os pormenores, que serão antes pormaiores, do divórcio, um processo que por agora tem em Boris Johnson um vencedor claro. Nos movimentos sociais, não podíamos deixar de referir aqui o movimento que nasceu em França, o dos coletes amarelos, um movimento inorgânico que foge ao controle dos sindicatos tradicionais e que revelou uma  força que era inimaginável, aproveitada por forças da extrema direita que nestes movimentos encontra terreno fértil para as suas ações. Uma forma de populismo, contra os partidos tradicionais, que se viria a estender pela Europa até chegar mesmo a Portugal. E finalmente 2019 pode ficar na história por ter sido o da viragem das posições dos governos perante a crise climática, empurrados pela força tremenda de um movimento juvenil global que com Greta Thunberg como líder, juntou milhões de jovens e menos jovens na luta e na exigência de novas políticas ambientais. O novo ano mostrará se se vai passar finalmente das palavras aos atos.  E não queria terminar sem referir a figura paternal e próxima do Papa Francisco que na homilia de domingo, em que se celebrava a família, lembrou a necessidade de alimentar o diálogo dentro da nossa própria família não sendo aceitável ver os jovens (e adultos) à volta da mesa de refeições agarrados aos telemóveis em conversas virtuais, fechados ao diálogo com quem está mesmo à sua frente. E tantas coisas temos para dizer… Bom ano de 2020!!!!

01/01/2020
 

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