João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
NUNCA COMO HOJE cada um de nós teve tanta responsabilidade sobre a sorte dos outros, sobretudo dos mais indefesos. Do nosso comportamento desleixado ou responsável e cumpridor das regras espalhadas por toda a parte, depende a nossa vida, a dos nossos familiares e amigos e daqueles que em algum momento teremos de contactar. Vive-se num cenário quase apocalíptico, na certeza de que quando o tsunami passar, coisa que ainda vai demorar alguns meses certamente, havemos de ter de reconstruir muitas coisas, muitos laços, e provavelmente sentiremos que já nada é como era dantes. Depois do terrorismo, são os vírus desconhecidos que tornam cada vez mais o nosso mundo inseguro. E lembro agora as palavras proféticas de Bill Gates, o fundador da Microsoft, que há cinco anos atrás, numa conferência dizia que nos tempos de criança o desastre que mais se temia era uma guerra nuclear. Hoje, o maior risco de catástrofe global não se parece com uma bomba, mas sim com um vírus.... Previa ele que se algo matar 10 milhões de pessoas nas próximas décadas, seriam micróbios e não mísseis… Na pandemia do COVID-19 Portugal foi dos últimos países a ser afetado, tivemos algum tempo de avanço para nos prepararmos e podemos ainda aprender com a experiência dos outros. Mas isso não nos livra do cataclismo que nos primeiros dias ou semanas não foi levado a sério por muitos de nós, que felizmente numa atitude cívica notável acatam agora todas as indicações dos responsáveis sanitários e políticos fazendo desde já uma auto reclusão, mantendo-se em casa o maior tempo possível, a casa que por agora é ainda a melhor vacina protetora que existe. É um grande desafio que se coloca desde já a Portugal, mas também à Europa que aqui se tem de manter unida e capaz de defender os seus cidadãos da mesma maneira que terá de criar todas as condições para fazer sair este espaço comum, da profunda crise económica e de emprego em que provavelmente cairá. E infelizmente, vai ter de contar consigo mesmo, já que o seu tradicional aliado, os Estados Unidos da América, é governado por um político egocêntrico, incapaz de ocupar com dignidade um cargo assim e que mesmo na crise dramática que se vive, não consegue libertar-se deste seu traço de (mau) caráter, tentando comprar para uso exclusivo na América, a vacina que há de combater o COVID-19, em desenvolvimento num laboratório alemão. A resposta do governo alemão e do laboratório foi, como não podia deixar de ser, que o farsante guardasse o dinheiro e ficasse sabendo que quando a vacina estiver pronta, ficará disponível para todo o Mundo, incluindo para o povo americano. Com amigos destes…