POEMAS DO AMOR E DO VINHO
Rubá’iyat de Gonçalo Salvado tem reedição
A obra Rubá’iyat Poemas Do Amor e Do Vinho 77 Poemas para ler e degustar, livro de poesia de Gonçalo Salvado, editado em formato livro/garrafa, que inclui desenhos inéditos do escultor José Rodrigues, vai ter uma reedição de cerca de quatro mil unidades, adiantou o administrador da Quinta dos Termos, João Carvalho.
Recorde-se que se trata do primeiro livro/garrafa editado em Portugal com a chancela da Quinta dos Termos, da A23 Edições e da Fundação José Rodrigues e pretende inaugurar um novo conceito de difusão da poesia. É, além disso, a primeira antologia poética do autor. A obra inspira-se no título homónimo atribuído ao poeta persa Omar Khayyam (1048 – 1131).
Atendendo às curtas tiragens que se associam geralmente aos livros de poesia publicados em Portugal, esta reedição de quatro mil exemplares da obra Rubá’iyat Poemas Do Amor e Do Vinho, de Gonçalo Salvado constitui-se como um facto singular e raro no panorama editorial português.
O livro/garrafa, em que o vinho pertence à reserva especial Reserva do Patrão, conta com um texto de abertura da crítica de arte e poeta Maria João Fernandes e é enriquecido ainda com grafismos do pintor Ambrósio Ferreira que o ilustram. O seu primeiro lançamento ocorreu no Porto, na Fundação José Rodrigues, em 2017. A obra foi apresentada pelo ensaísta e poeta Fernando Guimarães.
A sua segunda apresentação, em Lisboa, na Livraria Sá da Costa, em dezembro de 2019, esteve a cargo do escritor e ensaísta Miguel Real.
No prefácio Maria João Fernandes escreve que “Este livro testemunha o encontro de dois grandes líricos, Gonçalo Salvado, poeta exclusivo do erótico e do feminino e o escultor José Rodrigues, um dos introdutores da modernidade em Portugal, que achou no corpo da mulher o seu motivo de eleição. À poesia musicalmente depurada de Gonçalo Salvado, lapidar quase, na cintilação dos seus versos e no fulgor das suas metáforas que brilham como pequenos sóis com o rosto da amada sempre ao centro, responde a mágica síntese das linhas nos desenhos de Mestre José Rodrigues.”
Sobre o livro o arabista e poeta Adalberto Alves afirmou que “os versos de Gonçalo Salvado captam, com rara felicidade, o fascínio de uma temática cara à poesia oriental, do género Kham-riyya, ou seja, traduzindo à letra, vínica. (…). O nome de Gonçalo Salvado cabe, pois, perfeitamente, no número daqueles autores que, procurando o seu caminho literário próprio, não enjeitam o recurso à revisitação dos mestres do passado na tentativa de neles colherem frutos para sua própria inspiração. Este livro, no entanto, onde a marca do erotismo poético dos árabes está tão presente, se tem aspetos revivalistas, não cai nunca na tentação do passadismo. (…) E assim sendo, também Gonçalo Salvado, um resiliente poeta do Amor, vai percorrendo, com segurança, a sua senda poética, nesta obra, na dimensão inconsútil e doce da união amante-amada.(…)”.