TREINOS EM TEMPO DE PANDEMIA III
Bruno Paixão
O alentejano Bruno Paixão é um dos muitos atletas de outros distritos do país que costumam marcar presença nas competições de estrada pertencentes ao calendário de provas da Associação de Atletismo de Castelo Branco. Com a sua humildade e simpatia tem conquistado a admiração de todos.
A corrida apareceu na sua vida como um sonho. Mas depressa passou para um objetivo e depois para uma paixão. O campeão nacional de maratona em 2017 e terceiro classificado nos Nacionais de Estrada em 2019 diz que “correr é muito mais que dar passos num ritmo rápido… Correr é entrega, esforço, dedicação, trabalho, amor, treinos difíceis, dor, superação e vontade de vencer os próprios limites”.
A chegada de pandemia fez mudar muita coisa. E a vida de Bruno Paixão não foi excepção. Este alentejano, residente em Castelo de Vide, confessa que “esta mudança de vida é muito complicada, pois a corrida faz parte de mim. Não é fácil ver-me privado dela”. E acrescenta ”de início senti alguma frustação, pois tive a noção que o trabalho a médio prazo desenvolvido até aqui de nada valeu. Vi canceladas quatro provas onde numa delas estava o meu objetivo para 2020 que era conseguir marca para os Jogos Olímpicos de Tóquio”. Enquanto as coisas não voltam a normalidade Bruno Paixão diz “vou fazendo os treinos possíveis, embora com algumas falhas técnicas. Aproveito também para trabalhar as competências psíquicas e intelectuais.
Para este aleta que veste as cores do Beja Atlético Clube, “nada na vida acontece por acaso. Por isso acho que o que está a acontecer é uma chamada de atenção ao Ser Humano, lembrando-nos que por vezes é necessário parar, recuar para depois inteligentemente avançarmos mais capazes e mais preparados. Como diz uma amiga minha a vida é um cinquenta, cinquenta. Metade escolhemos nós e a outra metade é ela que nos impõe.”
Bruno Paixão diz que “a principal corrida destes dias é protegermo-nos a nós e aos outros”. E faz um pedido a todos os atletas e pessoas em geral “sejam prudentes, corajosas e altruístas. Não tardará voltaremos à competição e estaremos, juntos, a cortar a fita de meta”.
Manuel Geraldes