Edição nº 1653 - 26 de agosto de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

O LAR DE IDOSOS DE REGUENGOS DE MONSARAZ, que já há algumas semanas foi afetado por um surto de COVID-19 de que resultou, como se sabe, a morte de 18 utentes, esteve no centro de um pequeno tornado que inundou a política nacional dos últimos dias. O lar de Reguengos, privado, tem sido uma pedra nos sapatos do Governo. Já se adivinhava que aqui, como de resto em todos os países, estas instituições seriam uma das mais afetadas pela pandemia, essencialmente por ser abrigo de uma população idosa, idosa e de saúde quase sempre fragilizada. Apesar disso, em Portugal a grande maioria delas, como as da nossa região, tem escapado ao vírus. Mas o caso de  Reguengos tem sido, por várias razões, o que mais destaque mediático tem tido e não só pelo elevado número de vítimas e infetados. Tem servido de arma de arremesso político passando mesmo pela exigência de demissões. E a responsável pela pasta da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, foi ingénua  (e sincera) ao reconhecer em entrevista ao Expresso que ainda não tinha lido o relatório elaborado pela Ordem dos Médicos. Para o próprio Primeiro Ministro, também ao Expresso, lembrar que fazer este tipo de relatório não é competência da Ordem, atiçando ainda mais os ânimos entre os médicos, agravado pelo erro já assumido pelo próprio jornal de ter divulgado inadvertidamente palavras ditas por António Costa em off. Hoje, parece que o bom senso venceu e as partes sentaram-se à mesa para fazerem as pazes, que é aquilo que se precisa para continuar de forma eficaz, como só é possível unidos, o combate  ao inimigo comum. Mas sobre este caso, agora parece que encerrado, é importante sabermos mesmo o papel que cada um dos intervenientes teve  para o desencadear da crise sanitária na vila alentejana, a responsabilidade de cada um na assistência aos idosos infetados, é importante para nossa segurança e dos nossos familiares utentes destas instituições, sabermos se os médicos do Centro de Saúde têm mesmo razões funcionais para recusar a assistência que aqui teve de ser entregue a médicos e enfermeiros do Exército.

26/08/2020
 

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