Edição nº 1653 - 26 de agosto de 2020

João Belém
AUTORRESPONSABILIDADE

Os autorresponsáveis agem de forma ativa, eles vivem em primeira pessoa.
São eternos aprendizes.
Paulo Vieira

A autorresponsabilidade é a capacidade de atribuir unicamente para nós a responsabilidade sobre aquilo que acontece na nossa vida, seja positivo ou negativo.
Esta capacidade pode ser desenvolvida, mas exige treino e perseverança. Estamos muito acostumados a transferir a culpa, em especial quando falhamos de alguma maneira. A verdade é que essa é uma posição cómoda, fácil de manter. No entanto, como quase tudo o que é confortável, essa não é uma posição construtiva. Ao transferirmos a culpa estamos abrindo mão de algo importante – o controle.
Quando praticamos a autorresponsabilidade, trazemos para o nosso lado o controle dos acontecimentos da nossa vida e assim se somos o responsável pelas situações podemos mudar os resultados através das nossas ações.
Neste contexto, alguns investigadores sugerem seis práticas, linguísticas e comportamentais, que quando transformadas em hábitos diários, trarão mudanças significativas na nossa vida.

1. Se é para criticar, cale-se.
2. Se é para reclamar, dê sugestões
3. Se é para arranjar culpados, arranje soluções.
4. Se é para se fazer de vítima, faça-se de vencedor.
5. Se é para justificar os seus erros, aprenda com eles.
6. Se é para julgar as pessoas, julgue apenas suas atitudes e comportamentos.

Explicitemos melhor cada uma das delas.
1 - Se é para criticar, cale-se.
No dicionário da língua portuguesa, criticar significa examinar com critério, notando a perfeição ou os defeitos, mas significa também falar mal ou censurar algo ou alguém.
Se é daqueles que adoram criticar e analisar tudo e continua achando a crítica um mal necessário, experimente, em vez de fazer a crítica, dar uma sugestão ou ideia; verá que os resultados obtidos serão muito maiores, e as pessoas farão questão da sua companhia e orientação, algo que não acontece com os que só gostam de criticar. O nosso subconsciente passa a responsabilizar-se pelos acontecimentos e, de forma mágica e inconsciente, as decisões e atitudes tornam-se mais acertadas, proativas, maduras e, finalmente, mais produtivas.
2 - Se é para reclamar, dê sugestões
Reclamar é exigir para si, reivindicar, e, noutra abordagem, significa também queixar-se, protestar. Infelizmente, existem pessoas pautando suas vidas com reclamações e cobranças desenfreadas.
A característica mais forte e perigosa da reclamação é a fuga da autorresponsabilidade, é isentar-se dos acontecimentos. É tirar o foco das coisas erradas e indesejadas de si e colocar nos outros ou nas circunstâncias. Isso não quer dizer que pessoas equilibradas e autorresponsáveis não confrontem os outros com a verdade. É fundamental que possa confrontar os outros com a verdade, dizer-lhes suas expectativas, sugestões, falando muito mais de factos e dados do que de sentimentos.
3 - Se é para arranjar culpados, arranje soluções.
Como a crítica, a busca pelos culpados é uma maneira simples e rápida de se desresponsabilizar pelo mundo em que se vive, pelos acontecimentos, pelos factos e pelos resultados obtidos. É muito fácil olharmos para os erros dos outros, porém, é difícil percebermos os nossos. Enquanto não abolirmos essas justificativas intelectuais, nada vai mudar. Não procure culpados. Arranje soluções e aliados, parceiros de uma correta aprendizagem.
4 - Se é para se fazer de vítima, faça-se de vencedor.
Muitos possuem o terrível hábito de se fazerem de vítima, seja criticando e reclamando ou colocando-se numa situação de inferioridade e sofrimento.
Se, de facto, quer chamar a atenção, ser querido, amado e admirado, viva, aja e fale como um vencedor, que da sua boca saiam mais palavras de vida e construção. Ninguém consegue atenção e carinho por um longo período falando apenas de sofrimentos e angústias
5 - Se é para justificar seus erros, aprenda com eles.
O erro é parte integrante do processo de aprendizagem. Assim é necessário adquirirmos uma nova certeza: “Não existem erros, apenas resultados”. Quem tem sucesso, traz esse pressuposto enraizado na sua vida, nas suas atitudes. Pessoas realizadas e autorresponsáveis acreditam, de facto, que tudo o que de ruim que lhes acontece não são erros, muito menos fracassos, são efeitos, são resultados. E para não colher os mesmos resultados basta fazer diferente na próxima vez. Einstein dizia: “Loucura é continuar fazendo a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.
6 - Se é para julgar as pessoas, julgue apenas suas atitudes e comportamentos.
Quando alguém nos ofende, a reação normal, na maioria das vezes, é ficar magoado e entender a ofensa como algo pessoal e direto.
Em vez de julgar e condenar as pessoas ao seu redor, tente julgar e compreender as atitudes delas.
Se cada um de nós, em vez de procurar erros e falhas nos outros, procurasse em si, o mundo poderia ser muito melhor, com menos ofensas e com mais verdade.
Vale a pena tentar …

26/08/2020
 

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