Edição nº 1660 - 14 de outubro de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

FOI HÁ POUCOS DIAS QUE O PAPA FRANCISCO publicou a sua terceira Encíclica, Fratelli Tutti, Todos Somos Irmãos. Simbolicamente, foi assinada em Avis, junto ao túmulo de S. Francisco de Assis, na véspera do dia dedicado ao santo. Desde o princípio do seu mandato que Francisco tem tomado a fraternidade como lema do seu pontificado. Foi assim que a sua primeira visita fora do Vaticano foi a Lampedusa, ao encontro dos irmãos migrantes. Foi o ideal fraterno que assumiu juntando no Vaticano o israelita Shimon Peres e o palestiniano Abu Mazen, ou as palavras que proferiu em Abu Dhabi ao lado do grande Imã Ahmad Al-Tayyeb contra o terrorismo e a intolerância religiosa. Começou a escrever a Encíclica antes da epidemia do COVID-19 mas acaba marcada pela grande crise sanitária e económica, por afastamentos sociais, isolamentos e inúmeras dificuldades sentidas principalmente pelas populações suburbanas mais pobres. Situações que a Igreja do Papa Francisco não quer esquecer, antes lançando o desafio da fraternidade redentora da condição humana. Esta é a Encíclica que, independentemente da crença de cada um, deve ser lida e refletida por todos. Uma ponte fraterna entre povos e pessoas, onde todos somos irmãos, que vai contra as políticas egoístas e isolacionistas de alguns países europeus e americanos.

FOI ENTREGUE NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA a proposta do governo para o Orçamento de Estado para 2021. Negociado à esquerda, quando escrevo ainda os partidos que já fizeram parte da gerigonça diziam nim sobre o documento. Mas julgo que ninguém duvida de que ele passará mesmo, com votos a favor ou, mais certo, com abstenções , pois ninguém quer, talvez com exceção do Chega, eleições numa altura destas. Conforme António Costa tinha prometido que nunca faria, este Orçamento não será de austeridade para lançar crise sobre a crise. E tem como traço marcante, talvez por efeito das negociações à esquerda, a injeção de verbas no SNS como não podia deixar de ser, também na educação e algumas medidas sociais que vão satisfazer muita gente, como seja o aumento extraordinário das pensões mais baixas, uma subida bem significativa do valor mínimo do subsídio de desemprego; um apoio social novo de valor ligeiramente acima de quinhentos euros para trabalhadores independentes, serviço doméstico e desempregados sem proteção social, medidas que vão custar várias centenas de milhões mas essenciais para evitar convulsões sociais em tempo de pandemia. Será um orçamento que aponta para um valor elevado de endividamento público e um défice orçamental que terá forçosamente de ser retificado nos orçamentos que se seguem. Este será um orçamento de tempo de guerra… pandémica.

14/10/2020
 

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