António Tavares
Editorial
O ano de 2021 começa com uma boa notícia para quem utiliza a Autoestrada da Beira Interior (A23), uma vez que o valor das portagens vai ter uma redução de 50 por cento aplicável em cada transação, que no caso dos veículos elétricos e não poluentes sobe para 75 por cento.
São de facto boas notícias que, no entanto, podiam ainda ser melhores, caso as portagens fossem pura e simplesmente abolidas, repondo desse modo a origem da criação desta via de comunicação, uma vez que a A23 nasceu como uma autoestrada sem custo para o utilizador (SCUT).
Uma isenção de portagens que tarda em regressar e que é da mais elementar justiça. Desde logo, porque, refira-se novamente, a A23 nasceu como SCUT. Mas, também, por uma questão de apoio ao Interior, no combate ao flagelo da desertificação e do fraco crescimento económico. Apoio que tantas vezes tem sido prometido, mas outras tantas não passa de palavras vãs, sem qualquer efeito do terreno, fazendo com que a situação do Interior se vá degradando progressivamente. Problema que só não é maior, resultado da resiliência que caracteriza os Beirões.
Mas, se a resiliência persiste, os problemas também e os Beirões começam a ficar fartos de promessas que não passam disso mesmo, em inúmeras questões que os afetam no dia a dia, sendo que já vai sendo tempo, aliás. Já o devia ser há muito tempo, de olhar para o Interior, com olhos que vejam as potencialidades que ele tem. Sem esquecer que aqueles que aqui vivem são tão Portugueses como os que vivem noutras zonas do País.