FOCADO NA CORRUPÇÃO E NA JUSTIÇA
André Ventura aponta o dedo a políticos da Região
André Ventura, deputado do Chega e candidato a Presidente da República, nas eleições do próximo domingo, 24 de janeiro, deslocou-se na passada quinta-feira, 14 de janeiro, a Castelo Branco, para um comício que teve como palco a Devesa, no centro da cidade. O candidato presidencial tinha à sua espera apoiantes, que o receberam com palavras de ordem, como, por exemplo, “És o maior”, mas também manifestantes que lhe chamaram “fascista”.
Depois de uma breve introdução pelo mandatário nacional da candidatura, Rui Paulo Sousa, que realçou que “nasci em Castelo Branco”, pois “as minhas raízes familiares são nos Rodeios”, André Ventura, em resposta a quem o apupava, afirmou que “não é bonito que em cada distrito onde vamos andem estes subsídio-dependentes todos atrás de nós”, referindo-se-lhes como “quem não tem nada para fazer, senão andar com bandeiras coloridas (LGBTI+) às costas, em vez de trabalhar para Portugal e pelos Portugueses”, o que, defendeu, “merece de nós uma palavra: vergonha”.
Isto, continuou, “em Castelo Branco, onde um autarca socialista (referindo-se a Luís Correia) perdeu o mandato por fazer negócios com a própria família”. Tudo, para destacar que “é contra mim que se manifestam. Não é contra a corrupção, nem contra os que fizeram negócios com a família e destruíam aqueles que pagam impostos”, considerando que “é contra mim, porque quero acabar com os privilégios de quem, há 46 anos, destrói este país”.
O candidato assegurou que “não temos medo de protestos, nós nascemos debaixo de protestos e continuaremos a afirmarmo-nos com protestos. Não é a música do Partido Comunista (referindo-se a um carro de campanha que circulou pelo local), nem os protestos de bandeiras coloridas, nem os protestos das minorias subsídio-dependentes, nem gritos ridículos, que nos vão impedir de manifestar, porque a nossa ordem será sempre a mesma: vão trabalhar e fazer por este país, que é isso que faz falta em Portugal”.
André Ventura reforçou que “protestam contra nós, quando aqui, nesta terra, um autarca teve de sair de presidente da Câmara, por ter cometido ilegalidades com o dinheiro dos contribuintes”, para questionar se “alguém viu estas pessoas que aqui estão a manifestar-se, a protestar”.
Tudo isto, para defender que “a corrupção é um cancro no nosso país e fomos os únicos que propusemos em Portugal, se necessário para prisão perpétua, aqueles que roubaram o Estado”. Matéria em relação à qual sublinhou que “em Castelo Branco devíamos falar de um nome que é muito caro a Castelo Branco por razões negativas, José Sócrates”. Isto, para perguntar “onde estavam estes manifestantes quando José Sócrates destruía o País”, respondendo que “não estavam em lado nenhum, porque não é o País que lhes interessa. É fazer circo e atacar aqueles que trabalham”.
André Ventura assume que “se for eleito Presidente da República não deixaremos morrer a luta contra a corrupção e vamos continuar este caminho, propondo e impedindo que quem seja condenado por corrupção se possa recandidatar a outro cargo público em Portugal”. Uma área em que “fomos os únicos a defender incompatibilidades vitalícias entre aqueles que são condenados por destruir o dinheiro público, o nosso dinheiro dos impostos, e se recandidata, sem vergonha, uns anos depois, para voltar a assumir funções públicas. Os outros partidos dizem que é inconstitucional, nós dizemos que é de extrema necessidade fazer esta mudança em Portugal. E se acham que é fascismo querer que os corruptos não voltem ao poder, então sim, nós somos fascistas e assumimos que não queremos corruptos em Portugal”.
Perante tudo isto o candidato afirma que “aqui, em Castelo Branco, o nosso tema tinha que ser precisamente a justiça, não só por José Sócrates, por autarcas que foram condenados e perderem o mandato, mas porque Castelo Branco pode bem ser o símbolo do que não deve ser a política em Portugal, uma cumplicidade entre família e poder, entre dinheiro, câmaras e juntas de freguesia, entre aquilo que é gerir mal os impostos pagos por todos nós”.
António Tavares