Edição nº 1731 - 2 de março de 2022

PRIMEIRA SEMIFINAL É ESTE SÁBADO
Banda Albicastrense Norton participa com Hope no Festival da Canção

Os Norton nasceram em 2002. Numa entrevista à Gazeta do Interior, em setembro de 2017, a banda Albicastrense recordou que “começámos a tocar com 14 e 15 anos e tivemos várias bandas. Em 2002 decidimos assumir algo mais a sério e formámos os Norton, que juntou as duas bandas que tínhamos na altura (os Alien Picnic e os Oscillating Fan)”.
A primeira edição dos Norton foi o E.P. Make Me Sound, que saiu em abril de 2003, com três temas: Blue Song, Summer Beat e You Make Me Sound.
O disco de estreia, Pictures From Our Thoughts, de originais, foi editado em 2004, seguindo-se-lhe Kersche (2007), Layers of Love United (2011), Norton (2014) e Heavy Light (2020).
Atualmente, os Norton são Pedro Afonso (voz e guitarra), Rodolfo Matos (bateria), Leonel Soares (baixo) e Manuel Simões (guitarra e voz). Durante estes 20 anos também fizeram parte da banda Alexandre Rodrigues (voz) e Carlos Nunes (guitarra).
O desafio mais recente dos Norton é a participação no Festival da Canção. Assim, a banda Albicastrense sobe ao palco no próximo sábado, 5 de março, para apresentar o tema Hope, na primeira semifinal do concurso da RTP e a Gazeta do Interior foi saber como enfrentam este desafio.

Gazeta do Interior (GI): Como veem o convite e participação no Festival da Canção?
Norton: Sobretudo, com bastante surpresa. Não estávamos mesmo nada à espera do convite. Mas, claro, ficámos muito felizes e cheios de vontade de começar a compor a canção. Tem sido uma viagem muito bonita desde o convite até aqui. E agora que a canção já saiu e que o dia da primeira semifinal está quase a chegar, tornou-se ainda mais interessante.

GI: O convite foi aceite de imediato, ou ponderaram? Porque o aceitaram?
Norton: Foi quase imediato, mas obviamente que nos reunimos para ponderar os prós e os contras. Aceitámos, acima de tudo, pela quantidade de desafios inerentes ao convite. Nunca tínhamos planeado nada disto e o convite da RTP chegou, provavelmente, na melhor altura possível. Depois de dois anos tão confusos, em que tivemos de adiar o lançamento do nosso disco e toda a sua digressão de apoio, foi como uma luz ao fundo do túnel.

GI: Como foi o desafio de terem de compor um tema para um concurso. Neste caso o Festival da Canção. Foi a primeira vez?
Norton: Sim, foi a primeira vez. O tema foi composto essencialmente como uma canção nova de Norton, mas com o pensamento de que seria para o Festival da Canção. Essa foi a base principal. Esta é uma canção que possivelmente estará no nosso próximo álbum e isso, achamos, que já diz tudo sobre a nossa posição na hora de a compor. Até porque, quando nos convidaram, foi exatamente isso que nos pediram, que queriam os Norton no Festival da Canção e não os Norton a fazer algo diferente para o Festival.

GI: Para compor Hope tiveram limitações, tanto no tempo para compor o tema, como a sua duração. Quanto tempo tiveram para compor o tema? Isso esteve enquadrado naquilo que é o vosso método de criação musical? Ficaram limitados a três minutos, quando os vossos temas são mais longos. Isso criou dificuldades? Quais?
Norton: Curiosamente, foi a primeira vez que tivemos um prazo de entrega para uma canção. Como somos nós que gerimos a nossa carreira, as coisas são sempre feitas ao nosso ritmo e só chegamos à edição quando estamos mesmo contentes com o resultado final. O convite surgiu a meio do verão e tivemos de entregar a canção no final de novembro. Na altura, começámos logo a criar coisas novas do zero e, no final, tínhamos três demos de canções da qual escolhemos esta. No final do verão, fizemos um retiro numa casa de campo, em Sever do Vouga, onde estivemos a trabalhar, sem distrações, durante uma semana. Este método é algo que já fazemos desde 2010 e que dá sempre bons resultados. O limite dos três minutos foi mais um desafio. Saber escolher, de tantas ideias, quais faziam sentido ficar na canção, não foi fácil. A verdade é que aprendemos muitas coisas novas em todo este processo. Tem sido muito enriquecedor.

GI: Hope (Esperança). Que pretendem transmitir com a letra?
Norton: Fundamentalmente, como o próprio nome da canção indica, uma mensagem de esperança e de amor pelo próximo no seu estado mais puro. Depois destes dois anos de incertezas e de muitas perguntas, ficou bem clara a importância de termos alguém ao nosso lado e a importância ainda maior de cuidarmos dessas pessoas. Quisemos escrever sobre algo positivo e criar uma canção com boa energia. É disso que estamos todos a precisar.

GI: A participação no Festival da Canção é um abrir de portas para um público mais vasto? Para se tornarem mais conhecidos? Como avaliam esse processo?
Norton: Essa foi, sem dúvida, uma das principais razões para aceitarmos o convite, a de toda a atenção e exposição que o Festival tem, principalmente desde 2017 quando a RTP reformulou o Festival da Canção e ganhámos a Eurovisão com o Salvador Sobral.
Conseguiram voltar a colocar um selo de qualidade no Festival, o que fez com que as pessoas dessem uma nova atenção ao evento.

GI: Assim que os temas do Festival da Canção são divulgados começam a ser seguidos mesmo ao nível da Eurovisão. Já notaram isso? Como?
Norton: Sim, e é todo um mundo novo. Os chamados eurofans são muito devotos. Há imensa gente do Mundo inteiro que segue todas as finais nacionais antes da Eurovisão. Têm sites, blogs, canais de YouTube. Há imensos vídeos com reações às canções, há votações on-line, tops, muitas solicitações de entrevistas. Tem sido interessante perceber como funciona este universo da Eurovisão.

GI: Este envolvimento no Festival da Canção já vos trouxe novos contactos, por exemplo para atuações?
Norton: Sim, temos tido bastantes solicitações para entrevistas e temos conhecido imensa gente nova de várias partes do Mundo. A questão dos espetáculos não é imediata. Ao contrário do que se possa pensar, leva tempo, tem de ser trabalhado, mas acreditamos que tudo isto fará diferença.

GI: Que opinião têm sobre o Festival da Canção no contexto português e da Eurovisão? E memórias?
Norton: Apesar de termos seguido o Festival da Canção na nossa infância, como certamente a maioria das pessoas da nossa geração, a verdade é que sentimos que só agora estamos a conhecer o Festival. A mudança que a RTP fez em 2017 levou novamente as pessoas a olhar para o evento como nos anos 70, 80 e inícios de 90.
Memórias, temos imensas: desde a mais recente, com o Salvador a vencer a Eurovisão, às míticas canções que fazem parte do imaginário de todos nós.

GI: Para cada um de vocês, qual foi o melhor tema que Portugal apresentou até agora na Eurovisão?
Norton: Não sendo necessariamente os melhores, destacamos estes:
Pedro Afonso: Amor de Água Fresca, da Dina
Rodolfo Matos: Amar pelos Dois, do Salvador Sobral
Manuel Simões: Chamar a Música, da Sara Tavares
Leonel Soares: Playback, do Carlos Paião

GI: Que expectativas têm para esta participação no Festival da Canção?
Norton: Do que depender de nós, gostaríamos muito de passar à final do Festival. Somos conscientes de que a nossa semifinal está repleta de artistas com muito talento mas, como sempre, confiamos muito no nosso trabalho e nas pessoas com as quais nos rodeamos para trabalhar. Isso deixa-nos tranquilos para o que possa vir a acontecer. As últimas edições também têm sido marcadas pelo fator surpresa na hora das votações e decisões, pelo que estará tudo em aberto. Que esta experiência nos ajude a ser melhores músicos, melhores pessoas e que acima de tudo, nos possamos divertir ao máximo!

GI: Que podem dizer aos leitores para votarem em Hope?
Norton: Foi sempre uma preocupação nossa levar e elevar o nome da cidade e da região a todos os países, cidades e palcos por onde passámos ao longo destes 20 anos. É um orgulho podermos dizer que somos Albicastrenses. Isso faz-nos sentir únicos, de uma fibra diferente, e, de certa forma, especiais! Desde sempre sentimos um enorme carinho da cidade para com os Norton e continuamos convictos que desta vez não vai ser diferente. Por isso, no dia 5 de março, vamos todos mostrar ao País de que somos feitos! Canção Nº5! Contamos com o vosso apoio!
António Tavares

02/03/2022
 

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