Edição nº 1752 - 27 de julho de 2022

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

PARECE QUE O GOVERNO está abandonar aquilo que alguns percecionavam como uma certa letargia, um afastamento dos problemas que estão a afetar os portugueses e as suas instituições. E não foi certamente pelos resultados das mais recentes sondagens que mostram um PS em queda ligeira, na mesma proporção da subida da popularidade do PSD, que a equipa governativa de António Costa decidiu tomar uma série de medidas que vão ao encontro das necessidades já por tantos apontadas. E não o foi porque as medidas sociais estavam a ser discutidas já há algum tempo pelo governo com os representantes das Misericórdias e das IPSS. Refiro-me aos apoios sociais já referidos como certos por um conhecido comentador da SIC, habitualmente bem informado. São apoios sociais que vão ao encontro das dificuldades que estão a viver estas instituições. Um aumento brutal de custos de funcionamento dos lares e centros de dia, que nunca poderiam em caso algum fazer incidir por inteiro sobre os utentes, a grande maioria deles com reformas bastante baixas, em especial nas zonas rurais do nosso interior. Ao justo aumento do salário mínimo de que usufrui uma parte significativa dos funcionários, acrescentou-se o custo inflacionado dos produtos alimentares, da energia e dos combustíveis. Um sufoco financeiro que poderia mesmo por em causa a existência de alguns centros de dia e lares. O apoio especial e temporário aos custos de energia e combustíveis, de seis euros por utente e o aumento razoável nas comparticipações são um balão de oxigénio. Aqui está uma negociação levada a bom termo para bem de toda uma população tão fragilizada que usufrui dos serviços destas instituições.

QUE DIZER DE UM PAÍS que em 76 anos teve 68 governos? Um país ingovernável. É Itália, que parece estar já adaptada a esta constante instabilidade política. Porque de qualquer forma as instituições vão funcionando, apesar de uma economia, a terceira maior da Europa, que vai sofrendo uma estagnação assim difícil de superar. Num contexto com o atual, de guerra e de crise económica que já vinha de trás pelos dois anos de pandemia, é quando os partidos de extrema direita populista decidem abandonar e deixar cair o governo de Mário Draghi sem razão aparente. São estes populismos que põem à frente do interesse nacional as ambições partidárias alimentadas pelas sondagens que dão forte possibilidade de vitória ao partido Fratelli d’Italia de Giorgia Meloni, da direita mais radical e que tem estado a capitalizar o descontentamento popular pelas dificuldades que estão a enfrentar, pelo aumento dos combustíveis e da inflação com subidas de taxas de juro que vão afetar seguramente o comum dos cidadãos. E é assim que vamos muito provavelmente ter um governo de extrema direita a chefiar um dos países mais influentes da Comunidade Europeia. O que Marine Le Pen não conseguiu, vai com certeza obter Georgia Meloni. Sem dúvidas que os tempos que correm são muito preocupantes.

QUE DIZER DO LÍDER de um país que depois de ter assinado um acordo, que envolveu também a ONU, para possibilitar a saída de cereais de um país que invadiu e está destruindo numa operação militar especial, ainda a tinta das assinaturas não tinha secado e já estava a atacar com mísseis o porto de onde deveriam sair os muitos milhares de toneladas de trigo que, como pão para a boca, tanta falta faz por esse mundo fora?

27/07/2022
 

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