NO PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA
Investimentos nas freguesias aquecem sessão de Câmara
O Orçamento da Câmara de Castelo Branco para este ano, mais concretamente no que respeita a investimentos nas freguesias, esteve no centro das atenções na sessão de Câmara pública realizada na passada sexta-feira, 20 de janeiro, levando a aquecer a discussão.
O tema foi abordado no período de antes da ordem do dia pelo vereador Jorge Pio, do SEMPRE – Movimento Independente, ao afirmar que “a coesão territorial é fundamental para robustecer o território”, para de seguida denunciar que “há seis freguesias sem qualquer investimento no plano plurianual de investimento”, explicando que das “19 freguesias, tirando Castelo Branco, nas outras 18 um terço não é contemplado”, o que o leva a concluir que “este Orçamento é desequilibrado”.
Jorge Pio fez depois uma “análise política”, para referir que “nove são do Partido Socialista (PS), oito são do SEMPRE e uma é do Partido Social Democrata (PSD)” e destacar que “das nove socialistas apenas uma não tem investimento, a do PSD é contemplada e das oito do SEMPRE apenas três são contempladas”, acrescentando ainda, entre outros pontos, que “75 por cento do Orçamento são para freguesias do PS” e concluir que “está a discriminar as populações por questões partidárias”.
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, respondeu que “fico muito triste com as suas palavras, pela sua posição redutora, fechada, egoísta” e garantiu que a Câmara “não discrimina as freguesias por o presidente ser eleito por qualquer força política”.
Leopoldo Rodrigues que, logo de seguida, contra-atacou ao assegurar que “nunca se ameaçou os candidatos às freguesias”, para revelar que “o SEMPRE fez isso em relação a candidatos do PS, um em concreto”. Tudo para defender que “trabalhamos de forma coesa, com todos os presidentes de junta de freguesia”, bem como que “pela primeira vez nesta Câmara temos um Orçamento claro e transparente”, sublinhando que “não há, nem nunca poderá haver investimento por cor política. Haverá investimento nas freguesias, em todas as freguesias”.
Jorge Pio ripostou que “o que trouxe é o que o Orçamento nos transmite” e destacou que “as freguesias socialistas têm 10 vezes mais investimento que as freguesias do SEMPRE”, ao que Leopoldo Rodrigues respondeu ter “a consciência tranquila”, uma vez que “temos sempre em atenção o bem do Concelho, dos que aqui vivem”.
Questão que continuou em destaque com a intervenção de Luís Correia, do SEMPRE, ao frisar que “aquilo que trazemos são números, evidências” e reforçar que “o Orçamento demonstra desequilíbrio em termos de investimento nas freguesias. Essa diferença está evidenciada no Orçamento”.
A intervenção de Luís Correia levou a que Leopoldo Rodrigues voltasse à questão das ameaças a candidatos nas últimas eleições Autárquicas, ao ponto de revelar “o candidato socialista a Santo André das Tojeiras, que o senhor (Luís Correia) abordou”.
Um apontar de dedo que teve reação imediata do visado, ao destacar que “desminto. Quando tiver coisas para por na minha boca traga evidências”.
Luís Correia avançou depois que “gostava de ver essas ganas, essa força, quando estão em causa questões que têm a ver com o desenvolvimento do Concelho”. Isto para recordar que “nós trouxemos a questão da Maternidade, da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC)”, para considerar que da parte da Câmara, “o que vemos é navegação à vista, muitas vezes à deriva”.
E nesta área focou-se no Itinerário Complementar 31 (IC 31), para realçar que “a requalificação de uma estrada não é uma estrada nova. Não é o IC 31”.
E continuou, ao avançar que “é noticiado um hospital privado na Covilhã, mais 450 postos de trabalho na Covilhã, com Castelo Branco a ver passar as coisas”.
Tudo para revelar a esperança que “pelo menos consiga atrair algo para Castelo Branco”, apontando em concreto para “o Tribunal Administrativo da Relação. Esperemos que seja uma conquista para Castelo Branco”.
A tudo isto Leopoldo Rodrigues respondeu que “o senhor tenta dividir Castelo Branco, as freguesias de Castelo Branco” e realçou que “olho para trás e não vejo nenhum hospital privado”, falando também no IC 31 e na Barragem do Alvito, para relembrar que “este oito anos na Câmara”.
Acrescenta que em relação ao Tribunal “fizemos o trabalho para que isso hipoteticamente venha a acontecer” e ainda na resposta a Luís Correia defendeu que “isto não começou a 15 de outubro de 2021. Começou décadas antes e o senhor esteve como presidente da Câmara oito anos. Está a criar uma narrativa de menorizar o que está a ser feito. Até 15 de outubro só houve desenvolvimento, progresso, depois é o caos, a desgraça, a navegação à vista”.
António Tavares