Edição nº 1778 - 1 de fevereiro de 2023

EM MANIFESTAÇÃO
Agricultores lutam pela DRAPC e exigem demissão da ministra

Castelo Branco foi palco, esta segunda-feira, 30 de janeiro, de uma manifestação organizada pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que teve como objetivo lutar pela manutenção da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC) em Castelo Branco, bem como denunciar os problemas que os agricultores enfrentam e exigir a demissão da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes. A manifestação, que contou com a participação de 50 associações de agricultores, com a organização a avançar que participaram cerca de 1.800 pessoas, acompanhadas por 100 tratores, teve início na Rotunda da Europa, percorrendo as ruas da cidade em direção à DRAPC, onde se realizaram as intervenções.
O presidente da Direção da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, com a conclusão da Barragem da Marateca como pano de fundo, salientou que “se a direção regional for decapitada como já foi a de Trás-os-Montes não deixaremos de ter o engenheiro Fernando Martins, mas deixará de ter competências para poder puxar por esta Barragem, porque as câmaras municipais parece que não as querem e as CCDR são eleitas pelas câmaras municipais”. Por isso reforçou que “não podemos autorizar a decapitação da direção regional. Tem que se manter” e sublinhou que “estamos aqui a apoiar os técnicos que estão ali dentro, a dar força ao diretor regional”.
Eduardo Oliveira e Sousa realçou também que “não é possível transformar o diretor regional desta região numa espécie de moço de recados para levar os assuntos para Coimbra, para se sentar numa segunda fila atrás dos interesses da saúde ou educação. Não, a agricultura é no campo que se pratica, é por isso que os diretores regionais são o fio da descentralização”.
Antes, o secretário-geral da CAP, Luís Mira, começou as críticas pelo facto dos tratores não terem podido acompanhar os manifestantes até à DRPAC, ao afirmar que “os agricultores, em Bruxelas podem levar os tratores até ao centro da cidade, mas aqui em Castelo Branco não os deixaram estar aqui. É isto que o Governo nos faz”, para mais à frente vincar que “o certo é que os agricultores não conseguem fazer aquilo que os outros na Europa fazem. Nem para nos manifestarmos”.
Luís Mira afirmou que “estamos aqui, porque temos um problema comum. Esse problema chamasse incompetência. É por isso que nos estamos aqui a manifestar, para que haja competência de quem nos devia governar e nos prejudica”. Perante isto avançou que “fica uma mensagem muito clara ao Governo. Não paramos na pandemia. Nós não podemos parar, a agricultura não para e também não vamos parar com a manifestação, enquanto esta situação não for alterada. Exigimos uma gestão eficiente dos fundos”.
O secretário geral da CAP chamou depois a atenção para “o prejuízo que esta ministra vai causar a todos vós. O que ainda não está bem conhecido por vocês”, para garantir que “quando receberem as compensações de Bruxelas, em outubro, aí vão ver o que é que vos foi feito, vão ver com que incompetência é que se montou este quadro que vai levar a grande maioria dos agricultores a receber menos. Muitos não se aperceberam da questão, mas também não podem, porque a ministra foi rápida a apresentar em Bruxelas o novo Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), a nova PAC, mas as regras ainda não são conhecidas. Esta é que é a razão do nosso protesto. É só incompetência, é só promessas”.
Sobre o PEPAC afirmou que “isso não é nenhum esforço do Governo, é dinheiro de Bruxelas e é esse dinheiro que não chega às nossas contas, que não dá para investimentos, que não conseguimos fazer as coisas e é por isso estamos aqui”.
Luís Mira denunciou também que “mil e 300 milhões de euros do quadro que acabou agora em 2022 que estão por pagar, que estão por executar e isto é inaceitável” e daí, defender que “os agricultores merecem respeito. Não matem a agricultura”.
Acrescentou que, no entanto, “a questão não tem só a ver com este quadro que passou, tem também a ver com a nova PAC. Ainda não são conhecidas as regras, sabe-se que foi entregue em Bruxelas, não se conhecem os pormenores, mas daquilo que já conhecemos, a maioria dos agricultores vão receber menos, porque as decisões que foram tomadas em Portugal estão erradas e, por isso, fica aqui uma exigência, temos que alterar a PAC já em 2023”.
Luís Mira destacou igualmente que “a ministra acabou de bater um recorde”, uma vez que “há quase um mês que anda à procura de um secretário de Estado e ninguém quer assumir as funções com uma ministra tão fraca” e defendeu que “na realidade precisávamos de alguém que soubesse desta matéria, de gerir os fundos comunitários, dos aplicar, porque daí depende muita parte do nosso rendimento”.
Ainda focado na ministra, Luís Mira aproveitou para fazer uma “revelação”, ao garantir que “Portugal já não tem ministra da Agricultura. Não é que ela se tenha demitido, para já, mas acabou de assumir as funções de secretária de Estado, por isso não é ministra. Ela aceitou perder as florestas, perder a parte dos animais, extinguir as direções regionais e aceitou passar de ministra para secretária de Estado”.
António Tavares

01/02/2023
 

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