João Belém
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
“O homem não nasce para trabalhar, nasce para criar, para ser o tal poeta à solta!”
Agostinho da Silva
Com o aparecimento computadores veio levantar-se uma questão
Será possível um computador comportar-se de forma inteligente tendo um comportamento semelhante ao que um ser humano teria?
Esta questão foi feita desde há muito tempo e tentar responder-lhe foi um dos fatores que conduziu ao desenvolvimento da área que veio a chamar-se inteligência artificial.
A inteligência artificial (IA) é a capacidade que uma máquina tem para reproduzir competências semelhantes às humanas como é o caso do raciocínio, a aprendizagem, o planeamento e a criatividade.
Assim permite que os sistemas técnicos percebam o ambiente que os rodeia, lidem com o que percebem e resolvam problemas, agindo no sentido de alcançar um objetivo específico.
Mas O que é o ChatGPT?
O ChatGPT é uma grande rede de Inteligência Artificial (IA) que procura ajudar utilizadores de todo o mundo a responder a todas as suas perguntas.
Mas é importante esclarecer o que faz o ChatGPT.
Esta plataforma, que significa ‘Generative Pre-Trained Transformer [Transformador Pré-treinado Generativo]’, é aquilo que se chama uma rede neural de linguagem treinada para responder a perguntas e conversar com utilizadores de forma natural. Em forma de chat, como qualquer outra conversa, esta ferramenta foi treinada com milhões de exemplos de texto da Internet, o que lhe permitiu aprender a compreender e produzir linguagem humana.
A interação com o sistema é muito semelhante a um diálogo com um humano, mas as pessoas precisam de “ter o cuidado, naturalmente, de saber que estão a falar ou que estão a interagir com uma máquina e não propriamente com uma pessoa e que as respostas que estão a obter não têm que ser forçosamente exatas” refere Rogério Carapuça presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC).
O aparecimento da plataforma ChatGPT, lançada pela OpenAI, apanhou de surpresa muitas pessoas que desconheciam os mais recentes avanços da inteligência artificial. Porém, o ChatGPT representa uma clara evolução na continuidade de uma linha de investigação em inteligência artificial que, desde há alguns anos, tem conseguido resultados notáveis, escreve o professor Arlindo Oliveira.
Mas há alguns cuidados que temos de ter.
Por exemplo, se usarmos o ChatGPT enquanto académicos ou estudantes, não obtemos as fontes originais o que não sucede quando fazemos buscas na Internet pois neste caso vemos as fontes - ou devemos certamente procurar pelas fontes originais e averiguar a sua credibilidade.
Há sempre formas de manipular modelos como este pois podemos treinar o sistema para chegar a comportamentos e respostas específicas.
O problema é haver este mito de que a tecnologia é neutra. Sempre foi um problema. Só recentemente é que começámos a falar dos valores e interesses embebidos no desenvolvimento da tecnologia.
Quando menos transparente for este processamento de dados, menos democrático se torna.
Se repararmos na declaração de privacidade do ChatGPT tudo o que escrevermos e partilharmos passa a ser da empresa. Não é privado e isso é muito relevante. Quando se escreve alguma coisa, a empresa tem o direito de usar a conversa e as coisas que se escrevem.
Concluindo, o uso de inteligência artificial trará uma maior produtividade a menor custo, o que se irá traduzir literalmente num crescimento económico a nível mundial, mas será sempre importante garantir que esta transformação seja feita de forma ética e inclusiva, e que traga trabalhos mais criativos e menos morosos.