Edição nº 1789 - 19 de abril de 2023

Lopes Marcelo
SALVAGUARDAR A MEMÓRIA

 Seja qual for a noção que se tenha de património cultural, certamente é denominador comum a ligação com a história, com as marcas perenes que moldaram o viver colectivo. Para cada um dos elementos de uma comunidade, a forma como reconhece e dá maior ou menor valor e significado a determinado bem cultural, o seu sentimento de pertença, depende do grau de conhecimento e este resulta da informação disponível e acessível sobre o enquadramento histórico e as características do bem cultural em causa.

É o que se tem passado na nossa cidade, designadamente relativo a duas lápides de inscrições gravadas em granito, colocadas há centenas de anos no início e no fim da Rua de Santa Maria, que há alguns séculos atrás era a artéria mais importante da Comunidade. A sua implantação decorreu da visita que o Rei D. João IV fez à então Vila de Castelo Branco, consagrando o reino e a coroa à Imaculada Conceição. Ora, ao fim de tantos anos sem protecção, expostas ás intempéries do tempo, já algumas letras se não entendem e a sua leitura está comprometida, conforme se exemplifica:
Assim, impunha-se que as lápides de granito fossem tratadas para que não progredisse a sua degradação bem como o texto fosse transcrito para português actual. Finalmente, foi o que ocorreu por intervenção da Câmara Municipal, facto que se regista e assinala com satisfação. Contribuindo para a respectiva divulgação, aqui fica a respectiva legenda:
Na sociedade actual, vale a pena referir a legenda em inglês: ”To the sacred eternity of the Immaculate of Mary, D.João IV King of Portugal, together with the courts, vowed to pay tribute to himself and his Kin-doms with an anual censsus, and swore to perpetually defend the Immaculate Conception, mother of God, elected to protect his Kindom. As a reminder of Lusitanian piety, he ordered thaat this be written on this living tombston for eternal memory”
E, também, em espanhol como consta no local: “A la sagrada eternidade de la Inmaculada Concepción de Maria, D. João IV, Rey de Portugal, junto con las Cortes, hizo voto de rendir tributo a sí mismo y a sus reinos com un censo anual, y juró defender perpetuamente a la Inmaculada Concepción, madre de Dios, ejegida para proteger su reino. Como recuerdo de la piedad lusitana, mandó que esto se escribiera en esta lápida vivente para memória eterna”.
Há outros casos de bens culturais ou arte pública da nossa cidade sem informação sobre o seu significado e relevância de que hoje se exemplifica mais um: Trata-se da estátua/busto com que a Câmara Municipal, decidiu em 1939, homenagear o Dr. Manuel Geraldes Vaz Preto e que se encontra em frente à Sé. No pedestal apenas consta: A VAZ PRETO. Quem foi? O que fez para merecer a o destaque cultural e social?

Imagem01

Imagem02

 

19/04/2023
 

Outros Artigos

Em Agenda

 
29/05 a 12/10
Castanheira Retrospetiva Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco
02/08 a 26/10
Barro e AlmaMuseu Francisco Tavares Proença Júnior, Castelo Branco
06/08 a 14/09
O Vestido da minha vidaGaleria Municipal de Oleiros
04/09
Conversas de ImpactoMercado Municipal de Castelo Branco

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video