António Tavares
Editorial
A Revolução do 25 de Abril de 1974, que deu um novo rumo a Portugal, com um ponto final na ditadura e o início de um caminho trilhado na liberdade, chegou aos 49 anos. Ou seja, foi alcançada a antecâmara daquelas que se espera sejam as grandes comemorações, dos 50 anos, em 2024. Meio século de um país diferente, mas no qual, ninguém se iluda, ainda estão por cumprir muitos dos ideais e objetivos daquela que ficou conhecida como a Revolução do Cravos. Senão vejamos. A igualdade continua a não ser uma realidade. O acesso universal e gratuito à educação e à saúde, por exemplo, está longe de ser alcançado. O direito à habitação é um bem cada vez mais difícil que, ainda por cima, se tem vindo a agravar com o tempo.
Pois é meus senhores, não basta no dia 25 de Abril colocar um cravo à lapela e encher a boca de palavras bonitas, de ocasião, traçando um cenário idílico. Mais do que palavras efémeras, num único dia, é necessário, e mesmo imperioso, que as alterações sejam uma realidade no dia a dia, longe de políticas e politiquices.
Tudo isto, quando também se aproximam as comemorações do 1.º de Maio, o Dia do Trabalhador. E, aqui, entramos na problemática do mundo laboral, no qual também há muito, mesmo muito para fazer. Desde logo, a começar por salários dignos, mas passando por muitos outros fatores, como, por exemplo, condições para que os jovens entrem no mundo do trabalho e não sejam obrigados a emigrar.