INTEGRADO NO PROJETO EUROPEU DE MÚSICA ANTIGA E CONTEMPORÂNEA
Sete Lágrimas lança livro-álbum LOA
LOA é o título do livro-álbum que acaba de ser lançado pelo Sete Lágrimas ECMC, que é um projeto europeu de Música Antiga e Contemporânea, fundado em Lisboa, em 1999, por Filipe Faria e Sérgio Peixoto.
Na apresentação da obra é avançado que “André Dias de Escobar (c.1348-1450/51) e as suas Laudas e cantigas spirituaaes, e orações contemplativas, do muyto Sancto e boom deus Jhesu, Rey dos çeeos e da terra; e da muyto alta e gloriosa sua madre, de 1435. Um diálogo com o Laudario di Cortona (Século XIII) e o Laudario di Firenze (Século XIV). O trabalho, editado em livro e nas plataformas digitais, é o seu 14.º título de Sete Lágrimas e é dedicado ao bispo português medieval André Dias de Escobar (Lisboa,?1348-1450/1451), uma personalidade tão multifacetada e apaixonante como desconhecida.
O projeto anda à volta desta figura ímpar da época medieval portuguesa... «Chegámos a André Dias de Escobar (c.1348-1450/51) e às suas Laudas pela mão do nosso amigo professor Manuel Pedro Ferreira. Foi ele quem nos abriu a primeira janela sobre a vida e a obra deste homem que viveu perto de um século, com um pé em trezentos e outro em quatrocentos, monge, mestre em teologia formado em Viena de Áustria ainda no Sculo XIV (1393), abade do mosteiro de Santo André de Rendufe, comendatário de Rendufe e S. João de Alpendurada, bispo da cidade espanhola de Ciudad Rodrigo (1410), bispo da cidade francesa de Ajaccio (1422-1428), mais tarde bispo emérito da mesma cidade, bispo titular da cidade grega de Mégara (1428), professor universitário, autor de importantes tratados com grande difusão na Europa medieval, canonista insigne, conselheiro de Papas, viajante infatigável, culto, erudito, homem de letras e de virtudes». Ao regressar a Portugal, Escobar fundou a Confraria dos Servos do Bom Senhor Jesus, a qual foi então estabelecida num altar da Igreja de S. Domingos, em Lisboa. Foi lá, em 1435, que expôs o seu livro Laudas e cantigas spirituaaes (...) sobre o qual Sete Lágrimas se debruça neste projeto... A particularidade deste livro é que traduz e/ou reinterpreta, no português coevo, as laudas italianas muito em voga na altura, por toda a Europa... É um facto único que coloca André Dias de Escobar no panteão da cultura nacional de trezentos e quatrocentos...”.
O projeto LOA, editado em livro, propõe novas contrafacta, assinadas por Filipe Faria e Sérgio Peixoto, entre as melodias originais italianas e os textos de Escobar.
Foi possível juntar ao projeto a cumplicidade e parceria científica dos professores Blake Wilson, através do Music Department do Dickinson College (PA), Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos da América, e Manuel Pedro Ferreira, através do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (CESEM), unidade de investigação no seio da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Sete Lágrimas apresenta-se em quarteto neste projeto. Para além de Filipe Faria, na voz e percussão, e Sérgio Peixoto, na voz, conta com dois músicos especializados em música medieval, que são a alemã Silke Gwendolyn Schulze, na douçaine, charamela, flauta, flauta dupla; e o espanhol Emilio Villalba, na vihuela de arco, cítola, harpa, saltério, alaúde, sinfonia.
O livro está disponível nas livrarias FNAC, WOOK, Distopia e Tigre de Papel (Lisboa), Gato Vadio (Porto) no website da Arte das Musas, entre outras.
O álbum pode ser ouvido em todas as plataformas de streaming, como o Spotify, Apple Music, Youtube Music, entre outros, bem como na página www.artedasmusas.com/loa.