COM MAIS DE 100 PARTICIPANTES NACIONAIS E INTERNACIONAIS
I-Danha Food Lab volta a reunir o mundo da sustentabilidade
O i-Danha Food Lab 2023, que decorreu de 17 a 19 de novembro, na aldeia histórica de Monsanto, no Concelho de Idanha-a-Nova, reuniu mais de 100 participantes nacionais e internacionais.
Com o foco na inovação e na economia verde, o evento fica marcado pelo anúncio do Bio Bairro de Idanha, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), um investimento de mais de 750 mil euros, divulgado pelo secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, ao revelar que “no âmbito do PRR, o Município de Idanha-a-Nova viu o seu Bairro Comercial Digital ser aprovado, entre muitas candidaturas a nível nacional, até porque é diferenciador dos projetos das grandes cidades, que se centram muito na malha urbana”.
Nuno Fazenda adiantou que “no caso de Idanha é projetada toda uma Bio-Região, com os seus produtos e produtores locais, as dinâmicas como Cidade Criativa da Música da UNESCO, o património natural e cultural, através do talento local e dos investidores que têm sido captados para o Concelho”.
O i-Danha Food Lab 2023 foi organizado pela BGI, pelo CoLAB Food4Sustainability e pela Câmara de Idanha-a-Nova, num concelho que a União Europeia premiou como a Melhor Bio-Região da Europa 2023.
Para o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, “é um grande desafio fazer uma conferência desta ambição em Monsanto. Mas tem sido possível através de um trabalho em equipa que faz com que territórios como Idanha sejam espaços de oportunidade, de desenvolvimento, de captação de inovação e de investimento. Pretendemos construir, em conjunto, um mundo mais saudável e mais sustentável”.
O autarca acrescentou que “é um trabalho em rede e em parceria. Hoje, Idanha possui 41 mil hectares de área em modo de produção biológico, representando cerca de 50 por cento da superfície agrícola utilizada neste concelho. Em 2020 contabilizavam-se 17 mil hectares de produção biológica, portanto verifica-se um crescimento enorme. Este feito tem de ser transformado em valor, pois é esse valor que cria riqueza, emprego e desenvolvimento sustentável”.
Os organizadores da sexta edição do i-Danha Food Lab realçam que “a receita desta conferência tem sido um sucesso. Findo o Web Summit, todos os anos vários empresários, startups, investigadores, agricultores, entre outros, embarcam em Santa Apolónia, Lisboa, no comboio da inovação verde. Com esta solução de mobilidade sustentável, o networking inicia-se desde logo na viagem ao longo do Rio Tejo, com destino a três dias na “ldeia Mais Portuguesa de Portugal, Monsanto”.
Na edição deste ano, John Gilliland, Børge Søraas, Deniz Koca, Monica Truninger e o Talho das Manas foram alguns dos protagonistas do i-Danha Food Lab. Partilharam ideias, experiências e boas práticas com empresários locais, em palestras, sessões interativas, desafios e visitas guiadas. O objetivo foi trabalhar a inovação e a transição dos sistemas alimentares para cadeias mais sustentáveis, fomentando desenvolvimento económico e social e a proteção do Planeta.
Para Gonçalo Amorim, CEO da aceleradora de empresas BGI, o i-Danha Food Lab tem-se revelado “uma jornada de sustentabilidade, de inovação e de transformação do ecossistema rural. O papel da BGI é acelerar o processo de transformação que está a acontecer no mundo rural, em particular em Idanha. Temo-lo feito apresentando o caso de Idanha em várias partes do Mundo, trabalhando a matéria-prima que aqui existe, mas trazendo também atores de outros territórios e captando projetos e investimento que dão resposta a desafios globais: a descarbonização da sociedade, a gestão da água, a regeneração dos solos, a proteção do ambiente ou a economia circular”.
Atualmente, existem em Idanha-a-Nova estruturas como o CoLAB Food4Sustainability, que trabalha a inovação na produção alimentar sustentável, ou o Pólo Europeu de Inovação Digital dedicado a este mesmo setor.
Assim, no i-Danha Food Lab foram apresentadas oportunidades de financiamento ligadas ao Pólo Europeu de Inovação Digital e ao programa de TestBeds, instrumentos que totalizam 7,6 milhões de euros de apoio a pequenas e médias empresas.
A entrega dos prémios Biolog foi outro dos grandes momentos do i-Danha Food Lab. Trata-se do catálogo nacional de produtores e operadores biológicos, que distinguiu alguns dos seus membros, destacando as boas práticas. Na categoria de Inovação, o prémio foi para a Quinta da Palmirinha; na Sustentabilidade Social, para a Biofrade, e na Agricultura Regenerativa, para a Sociedade Agropecuária Pecuturis.