João Robalo inaugura Cristo Resineiro em Corgas
A mais recente obra mural de João Robalo, que é natural de Escalos de Cima, Freguesia de Castelo Branco, foi inaugurada dia 19 de novembro, em Corgas, no âmbito do Roteiro Passeio Pedestre 199.º de Proença-a-Nova.
A escultura mural Cristo Resineiro da autoria do ceramista e artista plástico João Robalo foi inaugurada pelo presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo, acompanhado pelo presidente da Associação Desportiva Cultural e Recreativa das Corgas, Paulo Martins, e do pároco Virgílio Martins, do Seminário Preciosíssimo Sangue, de Proença-a-Nova, que enalteceram a ideia do artista, ao agarrar num elemento, os canecos como lhes chamam os Corguenses, que constituíram durante décadas parte da riqueza destes territórios, para criar a sua mais recente obra de arte.
João Robalo pretende com o mural Cristo Resineiro chamar a atenção para a fé e resistência das gentes de Corgas, através dos séculos, assim como relevar a importância dos elementos materiais e imateriais da defesa e segurança da aldeia e das pessoas, através das suas memórias, e da necessária diversificação e sustentabilidade da floresta e do ambiente nos territórios do Pinhal Interior, através de novas espécies e modelos inovadores de gestão e organização das explorações agroflorestais.
Cerca de 200 púcaros de barro constituem o principal elemento da escultura mural Cristo Resineiro, recolhidos por Corguenses de entre milhares de púcaros de resina espalhados ainda pelo chão, nos pinhais, lembrados pelo ouro branco que recebiam dos pinheiros a sangrar e também pelo sinal distintivo do seu dono que ainda mantêm.
Esta obra de arte implantada na parede em frente à sede da Associação Desportiva Cultural e Recreativa das Corgas, no Largo da Capela Antiga, pretende corporizar motivos da religião e da resina que refletem a identidade das pessoas, famílias e comunidade de Corgas. Constitui assim, um novo motivo e local que integra itinerários de fé da aldeia, dos quais se destacam a Capela Nova, no Alto do Malhadil, sete capelinhas, vários nichos e cruzeiros e ainda motivos de adoração e reza partilhados entre famílias, como a Sagrada Família e Cantares das Alminhas.
Esta é uma obra que nasceu no âmbito do convite da Associação Desportiva Cultural e Recreativa das Corgas, para a Exposição que decorreu entre julho e agosto deste ano durante a iniciativa Artes Solidárias na Aldeia (ASA), no âmbito do Ano Municipal das Artes no Concelho de Proença-a-Nova.