EM CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
SEMPRE denuncia “fracasso” da Câmara
O SEMPRE – Movimento Independente afirmou, em conferência de Imprensa, realizada esta segunda-feira, 4 de março, que “a última Assembleia Municipal ficou marcada pelo reconhecimento do fracasso, por parte do senhor presidente da Câmara”, sendo que “este reconhecimento foi verificado pela forma como preparou a Assembleia, para se defender e tentar esconder a incapacidade de concretizar políticas e estratégias”, ao que junta que, “na verdade, ao longo da Assembleia, apenas houve a preocupação de atacar o passado, para justificar a inoperância; culpar terceiros, para esconder a incapacidade; fazer o ataque pessoal aos membros da oposição, para criar uma cortina de fumo”.
Na conferência de Imprensa, o líder do SEMPRE, Luís Correia, reforçou que “foram vários os ataques ao passado, numa tentativa de esconder a inoperacionalidade”, para denunciar que “quando avaliados, esses ataques, aquilo que se pode ver facilmente é que o passado nada tem a ver com os fracassos de hoje”.
Para sustentar esta posição, avançou com dois exemplos.
O primeiro é que “no início do mandato, em 2021, a desculpa para não se candidatar o apoio à construção de habitações era o facto de no mandato anterior não ter sido feita a Estratégia Local de Habitação (ELH), para o Concelho. E que apenas foi feita a contratação de uma assessoria para a sua elaboração”. Luís Correia realçou que “esquece o senhor presidente de dizer que a contratação da empresa previa a elaboração da ELH em seis meses e que a mesma, já no seu mandato, demorou dois anos a ser realizada”, para avançar que “apesar da demora na elaboração da ELH, afinal, e contrariamente ao que o senhor presidente afirmava, foi possível fazer a candidatura e assinar o protocolo com o IHRU em dezembro de 2023”.
Motivo que o levou a frisar que “fica demonstrado que o passado nada teve a ver com todo este atraso, na concretização da habitação a preços acessíveis e que o passado nada prejudicou o presente”.
Luís Correia sublinhou ainda que “este tema demonstra a impreparação para dirigir um município, dado que a ELH aprovada prevê muito menos habitações do que as 100 casas por ano prometidas em campanha pelo Partido Socialista e pelo senhor presidente”.
O segundo exemplo relaciona-se com “o imbróglio onde se meteu este executivo no tema do apoio às associações do Concelho”. Matéria em relação à qual foi destacado que “o senhor presidente, depois da intervenção de um elemento do SEMPRE sobre todos os problemas criados às associações, pelo atraso no apoio às mesmas, desculpou-se com o facto do município ter sido obrigado, pelo Tribunal de Contas, a aprovar um regulamento, no mandato passado. A verdade é que este facto nada tem a ver com toda a incompetência verificada, nomeadamente no erro da abertura da primeira candidatura, na suspensão do regulamento existente, na demora de um ano e meio na elaboração de um novo regulamento, que só veio demonstrar ser desnecessário, por assumir compromissos parecidos com o regulamento anterior”. Para o SEMPRE, “o mais grave é que o senhor presidente teima em não assumir as responsabilidades em tudo o que se passou quanto a este tema. E se recordarmos que o senhor presidente pertenceu ao passado e elogiou esse passado que agora ataca, muito mais se pode concluir”.
Já noutra área, Luís Correia focou-se no “passa culpas para os técnicos e para a senhora ministra”. Lembrando que a Câmara de Castelo Branco “era reconhecida pela boa capacidade em captar apoios comunitários e, sobretudo, pela capacidade em os executar”, foi realçado que, “neste mandato, perderam-se duas candidaturas. A candidatura aos Bairros Digitais, anunciada com pompa e circunstância como se já tivesse sido aprovada, e a candidatura de apoio à programação do Cine-Teatro Avenida de Castelo Branco”.
Nesta área, “mais uma vez, o senhor presidente culpou o passado e, mais grave que isto, culpa os técnicos, esquecendo que estes são os mesmos que no passado concretizaram um caminho de sucesso”, sendo defendido que “fica mal ao senhor presidente não se assumir como principal responsável e fazer permanentemente um passa culpas”.
As críticas vão mais além, ao ser apontado que “não bastava este passa culpas para os técnicos, o senhor presidente ainda consegue fazer um passa culpas para a tutela, nomeadamente para a senhora ministra da Coesão Territorial”. Isto, quando “esquece o senhor presidente a posição fraca que teve quando foi anunciada a extinção da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), com afirmações que não seriam despedidos nenhuns funcionários, esquecendo que isto não estava em causa. Se tivesse tido uma reação mais enérgica, se tivesse unido todas as forças políticas nesta luta, se tivesse exigido garantias, hoje, sim, poderia dizer que não tinha responsabilidades”.
Luís Correia continua ao afirmar que “mais um passa culpas, quando, em modo de quase choro, afirma que a senhora ministra garantiu que a vice-presidência da CCDRC ficaria em Castelo Branco, quando, ainda por cima, parece que nem entendeu que Castelo Branco estava a perder. Infelizmente, na última Assembleia Municipal continuou a desvalorizar esta grande perda para Castelo Branco”.
As críticas do SEMPRE são também dirigidas aos “ataques pessoais, numa clara demonstração do desnorte em que anda”. Como prova é adiantado que “quando o SEMPRE denuncia os atrasos da concretização do Itinerário Complementar 31 (IC31), o senhor presidente, com tamanha desfaçatez, acusou os elementos do SEMPRE de não conhecerem a realidade, esquecendo que quem afirmou que as máquinas iniciavam os trabalhos em 2025 foi o Governo e o próprio. Na verdade, quem não conhece a realidade das coisas é o próprio presidente e os senhores ministros, ou então tentaram iludir ao Albicastrenses”.
Por outro aldo, “perante a demonstração de que o relatório de atividade apresentado na Assembleia Municipal não apresenta informação política, mas apenas informação mal trabalhada e sobre a atividade corrente da Câmara trata, propositadamente, o líder da bancada do SEMPRE por presidente do Politécnico, demonstrando não saber o papel institucional que desempenha”.
Luís Correia recordou também que o SEMPRE “questionou o senhor presidente sobre a concretização do projeto para a Zona Histórica de Castelo Branco, prometido em eleições, como a grande alavanca para o desenvolvimento de Castelo Branco e para o novo impulso”, sendo prometido, entre outros, “250 novas famílias e jovens, 500 novos potos de trabalho, atração de 50 novas empresas, 250 novas habitações, três escadas rolantes”.
O SEMPRE sublinhou que neste caso “não foi possível condenar o passado, culpar técnicos, atacar pessoalmente a oposição”, para denunciar que “a pouco mais de um ano e meio que falta para terminar o mandato, afirmou que estavam em obra a reabilitação de três casas, que tinha ganho o Tribunal Central Administrativo, mas que ainda ninguém viu, que iria abrir novamente o concurso para a Escola de Chefes e que tinha conseguido um financiamento para a Igreja de Santa Maria do Castelo”.
Tudo, para concluir que “perante este nível de concretização fica demonstrado o fracasso do grande projeto do mandato. O novo impulso perdeu-se”.
Perante isto é ainda sublinhado que “é fácil e medíocre culpar os outros pela não concretização de políticas e projetos, pela não resolução de problemas, mas, mais que isso, o desempenho deste mandato só pode ter uma avaliação de medíocre”.
António Tavares