António Tavares
Editorial
Há 50 anos Portugal assistia ao fim da ditadura do Estado Novo e à chegada da liberdade. A 25 de Abril de 1974 as Forças Armadas estavam na rua, com o povo ao seu lado, naquela que ficou conhecida como a Revolução dos Cravos, que é considerado um dos marcos mais importantes da história do País.
Com o fim da ditadura Portugal iniciou uma viragem, ao alcançar valores tão importantes como a liberdade nas mais variadas áreas, como é o caso da liberdade de expressão.
Uma data também importante para a Comunicação Social que, a partir de então, podia desempenhar a sua verdadeira missão de informar e fazer chegar aos Portugueses toda a informação, de modo real, sem a ameaça da censura, ou seja, do tristemente famoso lápis azul, que pura e simplesmente eliminava tudo o que o Estado não queria que fosse do conhecimento público.
Esta quinta-feira comemoram-se as bodas de ouro da Revolução, que também ficou marcada pela música, com temas como Grândola, Vila Morena, de José Afonso, ou Depois do Adeus, de Paulo Carvalho, que foram as senhas do 25 de Abril, embora haja outras canções, como, por exemplo, Somos Livres (Uma Gaivota Voava, Voava), de Ermelinda Duarte, que também é indissociável desta data da história de Portugal.
Este é pois um momento para festejar a liberdade, para festejar a Revolução, e para pensar no presente e no futuro. Desde logo, porque muito do que o 25 de Abril queria ser ainda está por cumprir, sem se poder ignorar que, cada vez mais, a liberdade continua a estar sob ameaça e não se pode dar nada como adquirido.