EM CASTELO BRANCO
Criminalidade desceu 10,2 por cento em 2024
A criminalidade em Castelo Branco diminuiu 10,2 por cento, em 2024, quando comparada com os números de 2023. Houve uma redução de 42 crimes, passando de 724, em 2023, para 682, em 2024.
Os dados foram divulgados pela Guarda Nacional Republicana (GNR) e pela Polícia de Segurança Pública (PSP) durante a primeira reunião deste ano do Conselho Municipal de Segurança de Castelo Branco, que se realizou dia 27 de janeiro, no Salão Nobre dos Paços do Município.
O ponto principal da ordem de trabalhos foi a análise da situação da segurança no Concelho relativa ao ano de 2024, tendo sido discutidas questões relacionadas com a criminalidade geral.
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, agradeceu o trabalho desenvolvido pelas forças de segurança e aproveitou a ocasião para pedir um reforço da presença de agentes da PSP e de militares da GNR nas ruas, para maior segurança e conforto da população. Embora tenha conhecimento da falta de efetivos nos postos, o autarca fez o apelo para que haja mais vigilância.
O coordenador municipal de Proteção Civil, Amândio Nunes, fez o resumo da evolução do projeto de videovigilância para Castelo Branco. Uma parceria da Câmara com a PSP, que resultou numa visita a todos os locais sugeridos, para definição dos mesmos e da tipologia de câmara a instalar em cada local. Estão, assim, reunidas as condições para que, em breve, se possam instalar 83 câmaras de videovigilância.
O comandante do Destacamento Territorial de Castelo Branco da GNR, capitão Roberto Ascensão, revelou que houve várias diminuições de crimes registados na generalidade, nomeadamente, menos 13 por cento contra o património, menos 18 por cento contra pessoas e menos 17 por cento referentes a legislação avulsa. Por outro lado, aumentaram em cinco por cento os crimes contra o Estado.
As principais preocupações das autoridades são os furtos, que representam um total de 25,41 por cento dos registos; as burlas, com 10,25 por cento; os crimes rodoviários, com 9,21 por cento; a violência doméstica, com 8,17 por cento; e os incêndios, com 8,02 por cento.
Quando analisada a tipificação do crime detalhadamente, a ofensa à integridade física voluntária simples desceu 6,38 por cento, de 47 para 44; a ameaça e coação diminuiu 11,11 por cento, de 36 para 32; o furto de produtos agrícolas baixou 26,09 por cento, de 23 para 17; e o furto em residência com arrombamento, escalamento ou chaves falsas manteve-se com 18 ocorrências.
Por sua vez, a violência doméstica contra cônjuge ou análogos aumentou 26,32 por cento, de 38 para 48 crimes; o incêndio/fogo posto na floresta cresceu 15 por cento, de 40 para 46; o furto de metais não preciosos subiu 15,79 por cento, de 19 para 22; e a condução de veículo com taxa crime de álcool ou sob influência de substâncias psicotrópicas, estupefacientes ou produtos análogos aumentou 11,36 por cento, de 44 para 49.
Em relação aos crimes violentos e graves, a GNR registou nove, dos quais quatro por resistência e coação sobre funcionário, três por roubo a residência, um por roubo na via pública e um por roubo por esticão.
De acordo com os dados avançados não se registaram crimes de extorsão, rapto, sequestro, roubo de viatura, nem violação.
O Subintendente Rui Marques, Comandante da Área Operacional da PSP de Castelo Branco, também divulgou os dados da criminalidade participada à PSP durante o ano de 2024, comparativamente a 2023.
Quanto a crimes rodoviários, registou-se menos 3% de acidentes, embora tenha havido um aumento de 3,6% de acidentes com mortes, mais 50% de acidentes com feridos graves e mais 40% de atropelamentos.
Também houve menos 78 ocorrências de crimes contra a vida em sociedade, onde se insere a condução sob efeito de álcool, e foram feitas menos detenções, numa redução de 36,1%.
As burlas informáticas têm aumentado, sobretudo relacionadas com a aplicação WhatsApp, como a conhecida burla “Olá pai/Olá mãe” que se baseia em técnicas de persuasão para convencer a vítima a fazer pagamentos ao burlão, mas também relacionadas com a compra online de artigos, carros e casas.
A violência doméstica foi o crime que mais aumentou, com uma subida de 4,5%, de 200 para 209 casos, que originaram 4 detenções.
A propósito deste tema, Arnaldo Braz, Presidente da Associação Amato Lusitano, deu a conhecer os números da EAVD - Estrutura de Atendimento, Acompanhamento e Apoio Especializado a Vítimas de Violência Doméstica, que acolhe mulheres e filhos menores de todo o território da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa.
Em 2024, a entidade realizou 898 atendimentos, tendo registado 252 casos de violência doméstica e feito 54 novos acolhimentos. Foi ainda dada resposta de apoio psicológico e emocional a 68 crianças e jovens.