PCP questiona ministra da Agricultura sobre efeitos de tempestade na Cova da Beira
Os deputados João Dias e Paula Santos, do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português (PCP), entregaram, na Assembleia da República, uma pergunta dirigida à ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, sobre a destruição agrícola provocada na Cova da Beira, pela tempestade de dia 31 de maio.
Os deputados comunistas começam por recordar que “as condições climatéricas extremas verificadas no final do mês de março e início do mês de abril, nomeadamente nevões tardios, gelo, chuva, granizo e temperaturas muito baixas, vieram comprometer drasticamente a produção agrícola na região do Fundão, tendo sido na altura noticiada a perda de produção de cereja da ordem dos 50 por cento. Esta situação associada às muitas dificuldades criadas pelo surto de COVID-19, com destaque para a supressão e encerramento de muitos circuitos de comercialização dos produtos agrícolas, veio impor fortes dificuldades de escoamento destes produtos a preço justo, com os consequentes prejuízos e perda acentuada de rendimentos de muitos pequenos e médios agricultores”.
Isto, para realçarem que “neste quadro difícil que a agricultura atravessa, vem agora adicionar-se outro evento atmosférico extremo na região da Cova da Beira. Neste domingo, dia 31 de maio, a zona da Cova da Beira foi fustigada por uma tempestade que veio causar elevados estragos a somar aos já anteriormente verificados. Ao início da tarde a região foi atingida por chuva e ventos fortes e queda de granizo, provocando queda de árvores, múltiplas inundações e comprometendo, entre outras culturas, o resto da produção de cereja”.
No documento pode ler-se que “de acordo com as informações de que o PCP teve conhecimento, haverá produtores de cereja do Fundão com perdas de 90 por cento, pondo em causa todo o ano agrícola em curso e provocando a perda acentuada do sustento dos agricultores desta região”.
Perante isto os dois deputados pretendem saber que “conhecimento tem o Governo do episódio climatérico extremo verificado na região da Cova da Beira na tarde de dia 31 de maio e das suas consequências na produção agrícola desta zona”, bem como se “está a acompanhar a situação da acentuada perda da produção de cereja nesta região, fruto dos diversos fenómenos extremos que se têm verificado desde o final do mês de março”.
Pretendem também saber que “ações estão a ser desenvolvidas e a ser implementadas no terreno no sentido de apurar os estragos verificados na produção agrícola da região da Cova da Beira em resultados das intempéries verificadas, que levantamento vai ser realizado para apuramento das culturas e produção destruídas, que medidas de apoio específicas para acudir a esta situação vai o Governo implementar, que verbas serão disponibilizadas para fazer face à grave situação que estes agricultores estão a atravessar, no sentido da reposição dos rendimentos perdidos” e que “medidas de apoio aos agricultores vai o Governo disponibilizar no sentido de assegurar a manutenção da atividade agrícola nesta região, nomeadamente através de apoios à reposição do potencial produtivo no futuro”.