17 de setembro 2014

População e autarcas em protesto no Complexo Escolar de Monsanto
Fecho da escola “é um ato de traição do Governo”

A população e os autarcas locais juntaram-se segunda-feira em protesto contra o encerramento do Complexo Escolar de Monsanto que consideram “um ato de traição” por parte do Governo. “Queremos a nossa escola aberta” e “façam aos filhos deles o que querem fazer aos nossos”, foram algumas das palavras de ordem que os populares proferiram junto à entrada do Complexo Escolar de Monsanto, um edifício que funcionou apenas algumas semanas no final do ano letivo anterior e onde a Câmara de Idanha-a-Nova investiu na sua requalificação, 100 mil euros.
Paulo Monteiro, presidente da União de Freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha, considerou que o encerramento do Complexo Escolar “é um ato de traição do Governo”.
O autarca explicou que em conjunto com a Câmara de Idanha-a-Nova, tinha sido prometido aos pais a recuperação da escola, o que foi feito no ano letivo anterior.
“Conseguimos atrair para aqui pessoas que vieram para cá a contar com o funcionamento da escola. Temos aqui pais que vieram de fora (Castelo Branco e Lisboa), porque lhes garantimos que tínhamos condições para os receber. E, durante as férias, viemos a saber que o Governo ia fechar a escola”, referiu.
Por seu turno, o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, deixou desde logo claro, que vai avançar com uma ação administrativa especial judicial, para impugnar a legalidade do ato, ou seja, para travar o despacho do secretário de Estado da Educação que decide o encerramento do Complexo Escolar de Monsanto.
O autarca afirmou que a “escola não vai morrer” e sublinha que “temos direito a uma escola pública”, mas “se o Estado não o fizer, faz a câmara uma escola para os meninos de Monsanto, Idanha-a-Velha e Medelim”.
Armindo Jacinto explicou ainda todo o processo em torno da escola de Monsanto e o “diálogo aberto” que sempre houve junto da tutela.
“Sempre disseram que não iam fechar e à última hora fecharam a escola, sem nos dar uma explicação”, adiantou.
“Já depois da indicação de que a escola ia fechar, ainda falamos com o diretor-geral da Educação, mas o Governo mostrou-se completamente irredutível”, referiu o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova.
O autarca disse ainda que “somos portugueses, pagamos os mesmos impostos que os outros e vamos lutar pelos nossos direitos”.
Susana Monteiro, uma das mães presentes na manifestação, disse que veio há um ano de Lisboa para Monsanto, onde tem raízes familiares, devido à situação de desemprego do marido e pelas condições que a Câmara de Idanha-a-Nova oferece às crianças ao nível de alimentação, manuais escolares, atividades não letivas e transporte gratuito.
Susana Monteiro explicou ainda que as condições que são oferecidas pela autarquia permitem uma poupança mensal substancial.
“Se a escola fechar é mais um problema grave que tenho que enfrentar” e caso o processo siga para a frente, “terei de pensar duas vezes se fico aqui ou não”, concluiu.
O Complexo Escolar de Monsanto tem 29 crianças, distribuídas pelo Jardim de Infância (18) e 1º Ciclo do Ensino Básico (11).
A Câmara de Idanha-a-Nova avançou com uma providência cautelar contra o encerramento, em julho.
Já no início de setembro, o município entregou um novo requerimento no Tribunal de Castelo Branco contra o encerramento do Complexo Escolar de Monsanto, após saber da ausência de distribuição de horários.

17/09/2014
 

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