Ricardo Carvalho Tojal, natural do Fundão, foi um dos vencedores da segunda edição da Academia do Centro de Frutologia Compal, tendo por isso sido premiado com uma bolsa de instalação, no valor de 20 mil euros, de modo a dar continuidade ao seu projeto da área da fruticultura, nomeadamente através de uma plantação de pessegueiros.
Refira-se que Ricardo Tojal é licenciado em arquitetura, sendo que o seu projeto na área da fruticultura compreende uma exploração de pêssegos com cerca de 26 hectares, pretendendo em 2018 produzir 680 toneladas de fruta.
Sobre a academia, Ricardo Tojal, realça que esta “possibilitou a aquisição de conhecimentos que suportam a prática sustentável da fruticultura, respondendo às necessidades do mercado e considerando sempre as diferentes exigências e especificidades por espécies”.
Para Ricardo Tojal esta experiência “possibilitou, não só a mim, mas a todos os participantes, a relação e o intercâmbio de conhecimentos e experiência com produtores, técnicos e empresários agrícolas. Deste modo foi possível conhecer as características, constrangimentos e exigências do setor”, acrescenta. “Foi um crescimento não só ao nível profissional, mas também pessoal, do ponto de vista da organização de gestão e da tomada de decisão no tempo correto, fundamental na fruticultura”.
Quanto ao seu projeto e às suas características, Ricardo Tojal afirma que este “foi idealizado e está localizado na Freguesia de Três Povos – Salgueiro, Concelho do Fundão, sendo que toda a região possui muito boas condições edafoclimáticas e de disponibilidade de água (Regadio da Cova da Beira) muito propicias à produção frutícola”.
Num terreno de quase 33 hectares, o projeto consistirá em: “variedades que serão instaladas com um porta enxerto multiplicado através da micropropagação in vitro, as árvores serão plantadas com raiz revestida (envasada) para permitir menos mortes à plantação e permitir também um maior espaço temporal para a plantação, as plantas envasadas serão plantadas com tutor de 75 centímetros de altura para permitir fortalecer o tronco em posição correta logo de início, a plantação das árvores será feita por maquinaria apropriada para plantação, em que a localização das plantas é determinada por GPS e por fim, a distribuição varietal tem por base o escalonamento da maturação para evitar excesso de produção em determinado período, não existir a necessidade de muita mão de obra num período curto de tempo e também para que a oferta seja regular e prolongada.
Explica que o seu projeto é uma mais-valia para a fruticultura, porque “esta nova geração de agricultores é mais qualificada e muito sensível à importância da tecnologia, do markting e do design de produtos, fomentando assim um cruzamento entre formação e inovação”.
“A ocupação e rentabiliza-ção do espaço rural é crucial para um desenvolvimento sustentável da região, vai promover a fixação de população, cria emprego e combate a desertificação, permite entre outros fatores um menor tempo de deslocação, melhor ada-ptabilidade ambiental, gosto pela valorização do território e maior relacionamento humano”, completa o jovem fundanense.
Por fim, Ricardo Tojal fala ainda de projetos paralelos nos quais também estará envolvido. “Paralelamente a este meu projeto, serão realizados outros nas restantes parcelas da quinta, de onde podem ser retiradas diversas sinergias entre as explorações ao nível do transporte, mão de obra, partilha de equipamentos, acompanhamento técnico e comercialização, entre outros”.

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