no cybercentro
MILUM formas de sentar mostra cadeiras do futuro
MILUM formas de sentar é a exposição que está patente no Cybercentro de Castelo Branco, até dia 21 deste mês. A mostra resulta do desafio lançado aos designers, alunos do curso de Design de Interiores e de Equipamento, da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART), que teve por mote desenvolver uma cadeira para o novo milénio.
A organização ficou a cargo do docente Fernando Miguel Marques, que procurou envolver os alunos num projeto com características singulares e simultaneamente inovadoras. “Os designers tinham de construir uma cadeira com um terço de uma chapa de contraplacado, com as dimensões de 120 centímetros por 90 centímetros, com 12 milímetros de espessura (tendo sido possível utilizar chapas de nove milímetros em alguns protótipos), sem usar colas ou qualquer tipo de ferragem”, afirma o docente.
O desafio, para além de um objeto artístico conceptual revelou ser algo mais além, transportando-se para o mundo do packaging. Para além do protótipo, os alunos idealizaram e conceberam o programa total de design, que inclui o packaging para o transporte do produto ser efetuado em caixas planas, poupando assim espaço no transporte e expedição da mercadoria.
Fernando Miguel Marques acrescenta ainda que “a cadeira foi pensada para ser montada por encaixe pelo consumidor final, o que minimiza os custos”.
De acordo com Isabel Ambrósio, uma das designers, “este projeto está a ser uma experiência ótima e tem-se revelado um desafio muito interessante. A exposição encontra-se muito bem pensada, e a forma como está estruturada permite uma perceção e digestão dos objetos, de forma gradual, e sem atropelos, por parte do público.”
Questionada sobre o processo de criação da sua cadeira, a b_organic, Isabel Ambrósio explica que esta é a sua primeira criação na área, e que se inspirou nas formas orgânicas da natureza para a conceber. A b_organic é uma cadeira multifunções, que adquire duas formas. Consoante as necessidades do consumidor “pode transformar-se num escadote, e se for virada ao contrário, facilmente adquire a função de banco extra”. Como tem duas pegas, na parte superior, a b_organic foi pensada para ser uma cadeira leve, de transporte fácil.
Para o subdiretor da ESART, João Neves, “a exposição reflete também as políticas de ensino e investigação que se pretendem implementar na ESART, isto é, o desenvolvimento de projetos académicos que tentem responder a necessidades implícitas ou explícitas dos utilizadores e dos mercados.” A exposição apresenta trabalhos desenvolvidos pelos alunos em “contexto de projeto académico, mas com uma clara intenção de os preparar para a realidade do mercado de trabalho”, explica.
Por seu lado, o diretor do Cybercentro, Lino Galvão, não restam dúvidas que “para o Cybercentro torna-se importante acolher exposições com estas características, uma vez que também tentamos ser inovadores nas nossas abordagens e gostamos de contribuir para a divulgação daquilo que de melhor se faz ao nível do design e das outras artes, não só na cidade como na Região. Neste caso, foi possível, devido à excelente exposição que é apresentada pelos alunos da ESART e que merece ser visitada”.