A morte anunciada da União Europeia
A morte anunciada da União Europeia – Após 17 horas de negociações o presidente do Eurogrupo anunciou que se tinha conseguido, por unanimidade, um acordo em relação à Grécia. Estava afastado o Grexit. A Grécia aceitara as condições dos credores e iria ser negociado um novo resgate…
Conhecidas as linhas gerais do acordo e as condições impostas, a conclusão é unânime: “Um golpe de Estado” (Twitter), “Uma loucura” (P. Krugman); “Um catálogo de horrores” (Der Spiegel); “Uma humilhação total para o Povo Grego” (site ISKRA). A Alemanha, que fracassara na tentativa de derrubar o governo grego, aquando do referendo, deixara antever a sua posição antes da reunião do Eurogrupo: queria a expulsão da Grécia ou a humilhação de Tsipras ou de preferência, ambas as coisas, como referiu o Le Monde. Não conseguiu ainda o primeiro objetivo porque a França, com o apoio da Itália, Bélgica e Chipre conseguiram demonstrar os perigos da abertura de uma caixa de Pandora de efeitos inimagináveis. Conseguiu o segundo objetivo pois Tsipras, sabendo que 71 por cento dos gregos tinha mostrado desejo de continuar no Euro, aceitou sacrificar-se a ele próprio e ao seu Governo.
O acordo como bem sintetizou esta terça-feira, André Macedo no DN, “não é solução nenhuma para a Grécia ou para o Euro, nem sequer para a Europa. É um desastre… e o euro, já não é uma moeda única, é um sistema de câmbios fixo, que favorece um punhado de países ricos, condiciona os outros e admite a expulsão de um dos sócios que se porte mal, se essa for a vontade da Alemanha…”
A morte de uma Europa livre, democrática e pluralista, incluindo uma Alemanha unificada está anunciada. Iniciou-se a contagem descendente. A Alemanha já age mesmo como se houvesse uma Europa Alemã. A punição imposta aos gregos é absurda e irracional, por ser de impossível cumprimento.
É previsível a agitação social e um novo Governo. Amanhã, os Gregos somos nós!