Orçamaneto participativo
Projeto InfoIn da ACAPO recebe financiamento da Junta
O projeto InfoIN, da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) será incluído no orçamento e no plano de atividades do próximo ano da Junta de Freguesia de Castelo Branco, uma vez que foi o que obteve mais votos entre aqueles que foram apresentados no âmbito do orçamento participativo da autarquia albicastrense.
Refira-se que para o orçamento participativo foram apresentados sete projetos, sendo que num universo de 31.023 possíveis votantes, 1.277 exerceram esse direito, com 622 a fazê-lo no projeto InfoIN, seguindo-se-lhe os projetos Geração Lentiscais e ATIVIDA – Integrar Voluntariamente, que somaram 399 e 194 votos, respetivamente.
Na apresentação do projeto vencedor, o presidente da Junta, Jorge Neves, recordou que com o orçamento participativo a autarquia teve como objetivo “promover a cidadania ativa, através da participação dos cidadãos na escolha e definição de políticas públicas”, ao mesmo tempo que pretendeu “reunir opiniões e contributos importantes junto da comunidade da Freguesia, de forma a inscrever as suas ideias, projetos, atividades, no orçamento da Freguesia e no seu plano de atividades para 2016”.
Jorge Neves salientou também que “esta medida fez o apelo à participação cívica da população, promovendo um elevado sentido de cidadania, aprofundando o diálogo e concertação de propostas juntamente com o executivo da Freguesia, na definição de prioridades da gestão e ação autárquica” e conclui que “a freguesia de Castelo Branco implementou este orçamento participativo, como instrumento promotor do aprofundamento da democracia participativa”.
O autarca revelou ainda que em relação ao orçamento participativo “é para continuar e em 2016 vamos fazer o mesmo para 2017”.
Recorde-se que para o projeto agora aprovado estava orçamentado um valor de 10 mil euros, o qual não foi atingido pelo InfoIN, que fica pelos 8.676 euros.
Na apresentação do projeto, a ACAPO adiantava que “observando o último plano de desenvolvimento social de Castelo Branco, verificamos que no âmbito da cidadania, inclusão e desenvolvimento social existe o reconhecimento da necessidade de intervenção no combate ao isolamento social/infoexclusão junto das pessoas idosas/seniores e/ou com deficiência”, para avançar que, por isso, “se decidiu apresentar este projeto, que tem como principal foco a infoexclusão das pessoas idosos e/ou com deficiência visual”.
Agora com o projeto aprovado, na sede da ACAPO será criada uma “sala multimédia, que também estará disponível à comunidade em geral, mas cuja principal utilidade será a de dar respostas personalizadas a estes dois grupos com características semelhantes, que necessitam de uma formação à medida e adaptada”.
Com os olhos no projeto agora aprovado, a ACAPO recorda que “este ano foi celebrado um protocolo com o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), que permitiu a realização de atividades no plano de estágios curriculares, no domínio das tecnologias multimédia”, acrescentando que “foi elaborado e aplicado um projeto de formação adaptado, que contribuiu para ganharmos experiência e comprovar a sua utilidade prática na vida de pessoas infoexcluídas”.
Realça, por outro lado, que “a execução de um projeto desta natureza e com qualidade implicará um investimento na formação e no equipamento informático”, para adiantar que no respeitante à formação “temos uma proposta da entidade Competir, certificada pela DGERT, para quatro ações de formação de 35 horas e que dispõem de um formador na área das TIC com experiência adequada ao projeto”.
É igualmente sublinhado que o objetivo é que este projeto “seja o ponto de partida para uma resposta de continuidade, ao qual possa ser acrescentado, futuramente, a realização de formação certificada ao abrigo dos apoios comunitários POISE 2020”.
António Tavares