Passos Coelho e António Costa em comício em Castelo Branco
PSD e PS disputam votos
Passos Coelho apela “com humildade” ao voto nas Legislativas
O candidato a Primeiro-Ministro nas eleições Legislativas de 4 de outubro pela coligação Portugal à Frente, que une o PSD e o CDS/PP, na deslocação realizada sexta-feira à região, no âmbito da pré-campanha, garantiu que haverá “discriminação positiva” nas portagens das autoestradas do Interior e do Algarve.
Pedro Passos Coelho assumiu esta posição no decorrer de uma visita realizada a uma fábrica, na Guarda, ao afirmar aos órgãos de Comunicação Social que “após termos feito a renegociação toda”, relativa às parcerias público-privadas (PPP), “podíamos ter logo decidido”, sublinhando que “não o decidimos por uma razão. Porque se o tivéssemos feito as pessoas iriam dizer que o fazíamos por razões eleitorais” e concluir que “deixámos isso no nosso programa, apesar de termos todas as condições para o praticar já”.
Pedro Passos Coelho adiantou ainda que a discriminação “será feita quer relativamente ao tráfego ligeiro, quer ao de mercadorias” e reforçou que “estamos em condições de fazer isso muito rapidamente”.
Esta foi a novidade avançada para a região na ação de sexta-feira, uma vez que no jantar comício que se realizou ao fim do dia, na Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB), em Castelo Branco, Pedro Passos Coelho centrou a atenção nas críticas ao Partido Socialista (PS) e no apelo ao voto na coligação.
No que respeita ao ataque aos socialistas, o mote foi dado pelo vice-presidente do CDS/PP, Nuno Melo, ao referir-se ao facto de António Costa ter afirmado que não viabilizaria o Orçamento do Estado, caso a coligação assuma o Governo saído das Legislativas.
Nuno Melo que, referindo-se ainda a António Costa, realçou que “enquanto candidato a Primeiro Ministro e líder da oposição, que será, não constrói nada, destrói”.
O ataque continuou da parte do líder da coligação, quando afirmou que “no mesmo dia em que uma agência de notação financeira diz que se continuarmos em Portugal este caminho, sairemos do lixo em que nos colocaram, reconhecendo os méritos de todo o esforço que os portugueses têm feito, quem aspira na oposição a ser Primeiro Ministro promete conflitualidade, promete instabilidade, promete a velha política de regressar ao passado”.
Tudo, para defender que “não acredito que a maioria dos socialistas se reveja nesta posição”.
Depois de recordar os últimos quatro anos, Pedro Passos Coelho, afirmando que “o nosso presente é diferente do nosso passado”, defendeu que “precisamos de estabilidade, de apoio político” e garantiu que “é nas eleições, com humildade, que se pede esse apoio. É com humildade que peço esse apoio a Portugal, para que os bons resultados que temos não andem para trás”.
“Temos muita força interior”
O cabeça de lista pelo Círculo Eleitoral de Castelo Branco, Manuel Frexes, depois de se referir ao 11 concelhos do Distrito, um a um, realçou que “há quem diga que somos Interior. O que eu digo é que temos muita força interior” e acrescentou que “somos um distrito que assume a ruralidade como uma profunda riqueza. Que valoriza a sua capacidade produtiva, a força do trabalho das suas empresas e das suas gentes e a sua riqueza, o nosso património histórico e natural e a capacidade dos nossos jovens, a nossa maior riqueza num distrito envelhecido”.
Na sua intervenção também não deixou de fazer críticas, nomeadamente ao Partido Socialista (PS), ao afirmar, por exemplo, que “se esta pré-campanha socialista fosse um filme, só podia chamar-se a Verdade da Mentira”, para sublinhar que “se o secretário-geral do Partido Socialista fala tanto do tempo de confiança, é porque durante os últimos quatro anos existiu um governo de coligação que teve a capacidade de devolver essa mesma confiança aos portugueses”. Tudo, porque, “em 2011, quando o atual Primeiro Ministro de Portugal ganhou as eleições, o tempo era de descrença, desespero e muito pouca esperança”.
Manuel Frexes sublinhou: “Eu tenho um sonho. Acredito que no próximo dia 4 de outubro os portugueses façam a escolha certa e escolham a única solução viável para assegurar o futuro do nosso país” e concluiu que “o nosso sonho é que o pesadelo do passado socialista não volte a ensombrar o nosso futuro”.
Nesse sentido deixou o desafio para “que ponham numa balança como o nosso país estava em 2011 e como está em 2015”, lançando, já no final da intervenção, um apelo aos indecisos, ao afirmar que “existem indecisos. É nosso dever ajudar a decidir. É nosso dever persuadir todos a votar”.
António Tavares
“Está na hora de mudar de política e de acabar com este Governo”
O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa defendeu no domingo, em Castelo Branco, durante o comício de arranque da campanha eleitoral, que o PS é o único com condições para unir os portugueses e defendeu que o seu partido é desde o 25 de Abril, “o partido do diálogo que sempre soube unir o País em todos os momentos de crise”.
António Costa, visivelmente satisfeito com a receção em Castelo Branco, deixou uma saudação especial ao mandatário da candidatura no Distrito, Joaquim Morão, e deu como exemplo o ex-autarca, cuja energia “é a energia que todos nós vamos ter durante as próximas duas semanas que são decisivas para o futuro do nosso país”.
“Está na hora de mudar de política, de acabar com este Governo e dar uma vitória ao PS”, afirmou.
O secretário-geral do PS passou então ao ataque para recordar que no PS “só temos uma palavra e um compromisso que está escrito” e recordou que o atual Governo “se comprometeu em Bruxelas a cortar 600 milhões de euros nas pensões”.
O líder socialista disse ainda que “não vale a pena a ilusão de que eles perceberam que erraram, porque eles dizem que não se arrependem de nada. Só há uma solução que é chumbá-los, correr com eles e dar a vitória ao PS”.
“Importa saber se queremos melhorar a escola pública e o Serviço Nacional de Saúde (SNS), defendendo o sistema público de pensões, ou se estamos disponíveis para correr o risco de privatizar a Segurança Social, desmembrar o Serviço Nacional de Saúde e a escola pública. Connosco não há aventuras, não há brincadeiras. No PS não há, nem haverá, corte nas pensões”, adiantou.
A cabeça de lista do PS pelo Círculo Eleitoral de Castelo Branco, Hortense Martins, iniciou a sua intervenção recordando que “os portugueses merecem muito mais do que aquilo que têm hoje, muito mais”.
Hortense Martins apelou aos presentes que votem de forma clara e inequívoca no PS e adiantou que “quem não vai votar não tem direito a queixa. A vitória não se faz só com os militantes do PS, mas contamos com todos os simpatizantes e com todos que estão com o PS. Estamos ao serviço da causa pública. É neste espírito de trabalho e compromisso que nos apresentamos às eleições”, disse.
A deputada socialista sublinhou ainda que o Distrito de Castelo Branco, “não precisa de caridade. O Interior não precisa de caridade, mas de ser tratado como merece” e recordou a promessa pessoal de António Costa de criar uma Unidade de Missão para o Desenvolvimento do Interior.
Por seu turno, Joaquim Morão apelou ao voto no PS: “queremos que o povo nos dê a vitória para que o povo possa viver melhor”.
“Nós somos o povo. Já daqui partiram muitas vitórias e é isto que estamos aqui a fazer hoje, com o povo de Castelo Branco, a levar António Costa a Primeiro Ministro”, disse.
Joaquim Morão dirigiu-se à plateia, reforçando o apelo ao voto no PS e sublinhou que “precisamos de vós para ganhar as eleições”.
“Estamos fartos de quem nos cria dificuldades”, concluiu.
O presidente da Concelhia de Castelo Branco, Luís Correia, fez a abertura do comício e recordou que o PS é o único partido que tem dito o que quer concretizar. Tudo o resto, o que vejo é muita demagogia”, disse.
Para Luís Correia o que está em causa no próximo dia 4 de outubro, é a escolha entre “a continuidade de uma política de austeridade ou escolher uma política de confiança”.
“Estamos aqui mais uma vez para falar do nosso futuro”, sustentou Luís Correia, recordando que no comício realizado na sexta-feira pela Coligação, “nada se falou sobre a nossa Região ou sobre o Distrito. Zero, não se falou nada”.
A concluir, Luís Correia disse que o “banho de (multidão) de Castelo Branco é o banho da vitória”.
Carlos Castela
Marinho e Pinto garante defesa do Distrito
O Partido Democrático Republicano (PDR) apresentou, na passada quarta-feira, dia 16, lista candidata pelo Círculo Eleitoral de Castelo Branco às eleições Legislativas de 4 de outubro.
O evento que, decorreu, no restaurante Domvs, em Castelo Branco, contou com a presença do presidente da força partidária, Marinho e Pinto, que lançou um apelo aos eleitores do Distrito, para o voto no PDR, na certeza do combate aos problemas que afetam as populações e que “os sucessivos governos não têm dado solução”, destacou.
Focou as portagens, o envelhecimento da população, a desertificação e o fraco desenvolvimento económico registado, contribuindo cada vez mais para o empobrecimento do Distrito. “Se elegermos um deputado neste distrito, podem ter a certeza de que defenderemos estes fenómenos até à exaustão”, disse.
Por sua vez, José Lagiosa, coordenador do PDR em Castelo Branco, considera que a lista apresentada, é um conjunto de cidadãos que representam todos os concelhos do Distrito, que tudo farão em prol das populações, na resolução dos seus problemas. “São pessoas que nunca viveram da política, mas que sentiram ser necessário em época de falta de rigor ético e onde tudo se confunde, virem defender os ideais que representam”.
JMA
Francisco Lino valoriza papel central da família
O cabeça de lista do Partido da Terra (MPT) às eleições Legislativas de 4 de outubro, pelo Círculo Eleitoral de Castelo Branco, Francisco Lino, denunciou, em conferência de Imprensa “o impacto dos violentos ataques lançados nos últimos anos aos rendimentos das famílias, com consequências desagregadoras que levaram a uma emigração sem paralelo, com consequências sociais e no trabalho ainda por apurar”.
Uma realidade que pretende ver alterada, pelo que avança com duas recomendações.
A primeira passa “pela emissão de títulos do tesouro, emissão especial de dívida pública a 10 anos, como forma de indemnizar os reformados e funcionários públicos que foram lesados com a retirada à força do 13º mês, do subsídio de férias e da queda dos seus salários”.
Quanto à segunda, aponta para “o resgate a partir de 2016, dos próprios títulos da banca nacional, que deverá ocorrer nos casos em que famílias em situação de grande dificuldade económica assim o exija”.
Francisco Lino afirma também que “a nossa candidatura elege, desde logo, o papel central da família, o valor social que representa na promoção do emprego, do bem-estar social e de uma maior qualidade de vida dos cidadãos e a inclusão dos mais desfavorecidos das nossas comunidades locais”.
Acrescenta ainda que “defendemos o modelo de um Estado responsável que honra os compromissos assumidos, sejam eles de dívidas públicas ao exterior, sejam eles para com a sociedade em geral”.