28 de setembro de 2016

João Belem
Ser Professor …

A educação escolar e a colaboração são ações que estão intimamente ligadas. Ensinar e aprender são o verso e o reverso de uma mesma medalha, a educação, e implicam em uma ação colaborativa, participativa e de construção conjunta.
Toffler (1970), Postmam (1995), Lévy (1993), De Masi (1998), Contu (1998), Machado (1997) são alguns dos que apontam para
- a educação como um caminho para a preparação e adaptação dos indivíduos em uma sociedade em constantes transformações, mas uma adaptação que seja proativa, não reativa e acomodada.
- uma educação que se dedique à formação de indivíduos “tecnicamente inteligentes”, que ensine aos jovens como “utilizar os instrumentos práticos e mentais indispensáveis para poder viver, trabalhar, e sobretudo não se sentirem estranhos, nessa sociedade fortemente competitiva” .
- uma educação que privilegie a diversidade tendo uma base de técnicas comuns para a integração social, e que propicie a negociação, o trabalho em equipe, o viver e o relacionar-se com o outro.
Embora ninguém duvide da importância dos professores e do seu papel na educação e formação das gerações futuras, na transmissão e renovação da cultura, na conservação e desenvolvimento dos valores e do progresso, a profissão docente é ainda uma profissão difícil de caracterizar em todas as dimensões: individuais, coletivas, sociais, pedagógicas e éticas.
Na sequência do exposto atrás nunca é demais salientar e refletir sobre as recomendações de junho de 2016 do Conselho Nacional de Educação sobre a condição docente e as políticas educativas a seguir.
Num olhar sobre o perfil demográfico do universo dos docentes de todos os níveis de educação e ensino, em exercício em 2014, o CNE evidencia algumas tendências gerais e comuns das quais, se me permitem evidencio as seguintes:
- Envelhecimento crescente e constante do corpo docente das escolas;
- Número expressivamente crescente de educadores de infância e de professores sem colocação, devidamente profissionalizados, muitos dos quais com vários anos de serviço;
- Emergência de situações de precariedade no exercício das funções docentes em todos os níveis de educação e de ensino, situação que provoca instabilidade profissional e institucional.
O CNE faz em seguida referência aos fatores que condicionam a função docente, dos quais destaco:
- Ao nível das turmas, programas e relação com os pares: o aumento do número de alunos por turma, a heterogeneidade da sua composição quanto a níveis etários, de conhecimento, culturas, valores e motivação exigem atenção pedagógica acrescida, tornando mais constante o dilema entre a necessidade de tornar o ensino mais individualizado e a ausência de condições para o fazer;
- O alargamento da escolaridade obrigatória: a escola para todos, frequentada por alunos com interesse e sem interesse em aprender, com expetativas elevadas e sem expetativas, exige uma acrescida responsabilidade para assegurar a equidade nas aprendizagens;
- Novas relações com o meio: o poder local e a articulação no exercício de competências; as instituições de ensino superior e a partilha de conhecimento; as instituições socioculturais e o estabelecimento de parcerias – a comunidade como recurso.
Após explanar uma série de opiniões e reflexões sobre ao pontos atrás referidos o CNE termina formulando algumas recomendações das quais saliento:
- Recentrar a missão e a função docente no processo de ensino/aprendizagem, o que implica definir, com clareza, as funções e as atividades que são de natureza letiva e as que são de outra natureza, substituindo os normativos vigentes sobre esta matéria por um diploma claro, conciso e completo.
- Diminuir as tarefas burocráticas que ocupam tempos necessários para assumir em pleno as funções docentes, exigidas pela nova realidade pedagógica criada pelos agrupamentos e escolas.
- Garantir condições de estabilidade, designadamente profissional, a todos os docentes e o acesso a uma carreira reconhecidamente valorizada.
Como podemos ver há muito que fazer mas …..
Não esqueçamos que ser professor é apontar caminhos, mas deixar que os alunos caminhem com os seus próprios pés, é oferecer oportunidades de reflexão e interrogações sobre a nossa sociedade e o mundo.
É acima de tudo, fazer os alunos perceberem que são capazes de crescer de sonhar e de realizar os seus sonhos construindo e desenvolvendo competências em busca do sucesso.

 

29/09/2016
 

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