INVESTIGAÇÃO
Campo Arqueológico de Proença é cada vez mais internacional
O VI Campo Arqueológico Internacional de Proença-a-Nova (CAIPN) tem no terreno, desde o início deste mês, o segundo grupo de investigadores, que é composto por 18 jovens provenientes de 17 países da Europa, Ásia e América e oito arqueólogos, sendo que isto veio reforçar a internacionalização do Campo.
A primeira fase das investigações, segundo é adiantado, teve resultados “muito positivos”, mas para o diretor do projeto, João Caninas, “este segundo período tem sido muito importante em termos de internacionalização deste campo”.
Pela primeira vez, o Campo Arqueológico Internacional de Proença-a-Nova recebe um grupo tão diversificado, onde “a grande maioria dos participantes são estrangeiros e nem todos são estudantes de Arqueologia, sendo alguns de Engenharia, Direito, Gestão, entre outros”, mas com interesse comum e movidos pela paixão pela arqueologia e pelo trabalho de campo.
À parceria entre a Câmara de Proença-a-Nova e a Associação de Estudos do Alto Tejo (AEAT) juntou-se o Instituto Português da Juventude e do Desporto (IPDJ) que, desta forma, possibilitou “o salto do campo para a internacionalização”, resultando na participação de mais países que em edições anteriores e “é uma linha que é para prosseguir, não é um objetivo indispensável para a investigação, mas é importante para o desenvolvimento local”, garante João Caninas, ao mesmo tempo que projeta a investigação além-fronteiras.
Oriundos de vários pontos do globo, a opinião é unânime: uma experiência única não só ao nível do conhecimento, mas também do trabalho de equipa e das relações interpessoais, pois possibilitou “conhecer pessoas de diferentes nacionalidades e outras culturas, o que é uma experiência enriquecedora”, afirmou Fernando Torres, estudante mexicano de Engenharia.
A nível profissional Rebecca Aker, estudante norte-americana de Antropologia, afirma que as expetativas eram altas e que o campo se revelou melhor do que estava à espera e o trabalho em campo foi proveitoso, “pois incide sobre um período que nunca tinha estudado e penso que me dará um bom contributo enquanto estudante e enquanto profissional, e mais experiência prática de trabalho de campo”.
Relativamente aos avanços no estudo da ocupação do território, o diretor do Campo revela que há dados novos sobre as características da sepultura megalítica do Cabeço da Anta, explorada desde há cinco anos no contexto deste projeto, e também existe potencial no Castelo do Chão do Trigo, após a primeira intervenção nesta edição e que merecerá a continuação das investigações.
Recorde-se, ainda, que no âmbito do VI Campo Arqueológico Internacional, Proença-a-Nova receberá, dias 1 e 2 de setembro, o 1º Congresso Inter- nacional de Arqueologia e História subordinado ao tema As linhas defensivas entre o Século XVII e Napoleão. As inscrições terminam a 21 deste mês, sendo que o programa completo e as inscrições podem ser consultados em http://defensive linecongress.pt/index.html.