20 de dezembro de 2017

António Salvado
PARA O NATAL DE 2017

Para onde fugiste, Imaculado
Menino coroado de pureza,
que nem consigo, nem tentando, ver-Te,
ou ouvir-Te a dizer quaisquer palavras?

Carregadas d’hipócritas oferendas
pessoas passam, voam apressadas
e no seu rosto paira um ar contente
de quem esqueceu (agora) todas as ofensas

ou guardadas talvez para Janeiro
após os Reis – outra formosa festa.
E então hão-de sorrir: “foi passageiro
o tal feliz Natal. Guarda o presépio,

pois após doze meses será feito
com a mesma euforia igual a esta.”

20/12/2017
 

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