António Salvado
PARA O NATAL DE 2017
Para onde fugiste, Imaculado
Menino coroado de pureza,
que nem consigo, nem tentando, ver-Te,
ou ouvir-Te a dizer quaisquer palavras?
Carregadas d’hipócritas oferendas
pessoas passam, voam apressadas
e no seu rosto paira um ar contente
de quem esqueceu (agora) todas as ofensas
ou guardadas talvez para Janeiro
após os Reis – outra formosa festa.
E então hão-de sorrir: “foi passageiro
o tal feliz Natal. Guarda o presépio,
pois após doze meses será feito
com a mesma euforia igual a esta.”