IDANHA-A-NOVA
Mistérios da Páscoa candidatos às Boas Práticas da UNESCO
A Câmara de Idanha-a-Nova vai candidatar as comemorações do ciclo pascal do Concelho à lista de boas práticas do património imaterial da UNESCO.
O processo, que nos próximos meses será formalizado, é o culminar de um trabalho desenvolvido ao longo da última década com a preservação e divulgação de todas as manifestações associadas aos Mistérios da Páscoa. Para Armindo Jacinto, presidente da autarquia Idanhense, a candidatura que vai apresentar à lista de salvaguarda das Boas Práticas da UNESCO, no âmbito do património imaterial, integra também a estratégia de contrariar o despovoamento do Concelho.
“Acreditamos no nosso futuro, das nossas gentes e este processo é também um processo que vai contribuir para isso (combater a desertificação), porque os números falam por si”. O autarca acrescenta que muitos dos participantes neste processo são elementos da diáspora que visitam habitualmente as suas terras, mas há também “muitos outros que vêm, conhecem, gostam, apaixonam-se por Idanha e aqui ficam”. O projeto de salvaguarda e promoção dos Mistérios da Páscoa está apoiado em mais de 40 anos de trabalho, sendo que às mais de 250 manifestações populares que decorrem durante o ciclo quaresmal e pascal, estão associados 191 imóveis e 31 manifestações de património cultural e imaterial.
A apresentação da candidatura foi integrada no programa comemorativo dos 20 anos da inauguração do Centro Cultural Raiano, que contou com a presença do ministro da Cultura, Luís Castro Mendes.
O governante que, recorde-se, é natural de Idanha-a-Nova, deu todo o seu apoio à candidatura. “Estamos atentos, recetivos, apoiantes. Da minha parte uma palavra pessoal de emoção, para com esta terra que ao fim de todos estes anos, eu vejo com um dinamismo e força, que levam a atrair as pessoas”.
Luís Castro Mendes afirmou que guardar tradições “não significa as pessoas fecharem-se nelas e olharem para o passado, é um trabalho criativo “ e os Mistérios da Páscoa “estão a ser redescobertos e toda a litúrgica e tradição popular, que está a ser apro- priado pelas pessoas daqui e pelas que vieram para aqui, é um projeto de cultura de preservação da história e da memória, de criatividade e um projeto cívico”.