Edição nº 1627 - 26 de fevereiro de 2020

João Belém
LINGUAGEM CORPORAL

“Não é o mais forte que sobrevive. Nem o mais inteligente.
Mas o que melhor se adapta às mudanças”
Charles Darwin

A linguagem corporal é uma forma de comunicação não verbal que abrange principalmente gestos, posturas, expressões faciais, movimento dos olhos e a proximidade entre locutor e o interlocutor.
Contribuem para o estudo da Linguagem Corporal — chamada de Sinergologia por alguns autores a Cinesiologia, ciência que analisa o movimento do corpo humano, a Paralinguagem, a Programação Neuro-Linguística (PNL), a Neurociência, a Psicologia, a Proxémica e a Oratória.
Os primeiros estudos científicos sobre linguagem corporal foram feitos por  Charles Darwin e publicadas no seu livro “A expressão das emoções em homens e animais” onde defendia que os mamíferos demonstravam suas emoções através de expressões faciais.
A linguagem corporal é uma das principais formas de comunicação interpessoal. Assim coçar o nariz, esfregar os olhos, cruzar os braços, mexer no cabelo, roer as unhas, por a mão no queixo são alguns dos muitos gestos que dizem alguma coisa.
Os gestos, em si mesmo ou acompanhando a fala têm significado. Desde o apontar, que hoje se suspeita ter precedido a linguagem, até ao gesto de esfregar as mãos de contente.
As ciências comportamentais, no entanto, nem sempre estão de acordo sobre o significado dos gestos. Mas há expressões mais ou menos óbvias. Há gestos cujo significado terá tido origem há centenas de milhares de anos. Por exemplo, pode ser que tocar no nariz tenha que ver com o sentido do cheiro, que durante milhões de anos foi um sentido primordial de alerta. Nos dias de hoje, coçar o nariz, geralmente, significa ter dúvidas.
Esfregar os olhos pode estar relacionado com a surpresa de estar a ver algo que não se estava à espera; esfregar os olhos hoje quer geralmente dizer que não acreditamos no que estamos a ver ou ouvir, pois pensamos que pode ser mentira. Mexer no cabelo parece significar mal-estar e insegurança e coçar o queixo e tocar ligeiramente na cara podem significar estar pensativo, a ponderar.
Expressões mais positivas, por outro lado, também há várias. Por exemplo inclinar a cabeça para a frente, aproximar-me para ouvir melhor, significa ter interesse no assunto. E roer as unhas? Há muitos milénios as unhas foram importantes para caçar, lutar e agarrar. As facas e espadas estenderam as unhas, intensificaram a sua função, e a sua eficácia levou a que as unhas perdessem a sua eficácia como garras. Pode ser que roer as unhas, que hoje significa estar inseguro ou ansioso, tenha ainda que ver com o afiar das garras, com o preparar a defesa ou ataque.
Os braços cruzados geralmente querem dizer estar na defensiva, procurar estar mais forte, firme para o que der e vier e andar de forma cadenciada com ritmo e direito, geralmente indica ter confiança e estar decidido.
Resumindo, estudos sobre o assunto indicam que as palavras modelam uma pequena parte do significado, entre os 7 e 38%. O tom de voz, a entoação, o timbre, a forma como é dito o que é dito, pesam bem mais - entre os 20 e 40%. Mas o que pesa mais são a expressão facial e os gestos, geralmente responsáveis por mais de 50% do significado da nossa comunicação.

26/02/2020
 

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