Edição nº 1634 - 15 de abril de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

MAIS UMA SEMANA UMA SEMANA DE ISOLAMENTO SOCIAL, primeiro auto imposto e depois decorrente do estado de emergência decretado pelo Presidente, que se adivinha já terá continuação por mais 15 dias, até final do mês. Que, se não houver qualquer descontrole da situação atual, deverá ser o último e que marcará a viragem para um novo período. Se tudo correr bem, se continuarmos a praticar a cidadania responsável que até é destacada em influentes media europeus e mundiais, o day after vai acontecer provavelmente em maio. Que não se espere uma retoma da vida normal assim como num passe de mágica. Vai levar muito tempo até que volte a confiança em práticas sociais que eram tão comuns, como uma tertúlia à volta da mesa de um café. Mas numa altura em que as percentagens diárias de novos infetados e óbitos descem, numa tendência que parece sustentável, já cada vez mais economistas e outros cientistas investem na análise prospetiva do dia seguinte e já 159 personalidades destacadas da sociedade portuguesa pedem ao Presidente e ao Primeiro Ministro a reabertura controlada e gradual da economia. Esta segunda feira foi o ministro Centeno a deixar números numa entrevista dada à TVI, números que não são nada animadores com o próprio Centeno a falar das consequências económicas da pandemia como um choque inimaginável com a subida do défice em 6000 milhões e a queda do PIB no segundo trimestre para uns incríveis 20 por cento, para o período homólogo de 2019 e com o FMI a acreditar numa quebra anual de 8 por cento. São números verdadeiramente assustadores, mesmo que o ministro deixe uns pozinhos de otimismo quando diz acreditar que a recuperação se fará em dois anos, até porque se está perante uma crise de natureza diferente e temporária e o que há que garantir é que haja dinheiro para acudir à fase aguda da crise. E as principais vítimas serão os trabalhadores com uma muito provável subida em flecha do desemprego, o FMI prevê que duplique, bem como os pequenos empresários que verão os seus negócios enfrentar graves perigos obrigando-se a reinventar para renascer.
Umas palavras para as autarquias cujo trabalho na prevenção e combate ao Covid-19 temos acompanhado. Têm realizado um trabalho excelente, a mostrar quão importante é a política de proximidade das populações nos momentos de crise como o que vivemos. Podemos dar como exemplo a Câmara Municipal de Castelo Branco que, por ser uma autarquia financeiramente saudável, pôde tomar um papel ativo na disponibilização de meios para a luta contra a pandemia. Foram os 190 mil euros para dotar as juntas de freguesia de meios para a prevenção nos seus territórios, foram 200 mil euros entregues à Unidade Local de Saúde para aquisição de equipamento de combate e prevenção do vírus, foi a aquisição de equipamento de proteção distribuído pelas IPSS do Concelho e está a decorrer por sua iniciativa o despiste do Corvid-19 em todos os centros de dia e lares do concelho. Um trabalho que deve ser louvado, tal como o das restantes autarquias do Distrito.

15/04/2020
 

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