Rui Pedro Gonçalves Mateus
ESPERANÇA EM TEMPOS MELHORES
O povo Português tem em si imbuído um espírito muito fatalista e pouco otimista, que nem sempre foi uma característica dele, pois se assim fosse não teria deixado uma enorme marca na história. Há que contrariar este sentimento, temos que renascer como a lendária fénix das cinzas que pairam no nosso país nas últimas décadas e que têm adormecido o espírito resiliente e forte de todos os portugueses.
Não é a primeira vez que passamos por algo assim, salvo que esta é a primeira vez em que um caso epidémico desta magnitude chega a níveis verdadeiramente globais nunca vistos antes devido à facilidade com que mercadorias e pessoas circulam pelo mundo.
Focando-me em Portugal, vou referir aqui dois casos relativamente recentes tendo em conta a nossa longa história, que enfrentámos e vencemos. Os dois mais recentes foram a Peste Bubónica em 1899 que provocou aproximadamente cerca de cento e vinte mil mortos. Apesar de tudo sobrevivemos. Eram outros tempos sim, mas também o era o povo português, bastante ligado á sua identidade. Infelizmente outro golpe duro afetaria Portugal uma vez mais, desta vez em 1918-19, a gripe pneumónica, mais conhecida por gripe espanhola, a maior pandemia mundial conhecida até hoje. Portugal perdeu dezenas de milhares de pessoas, chegando algumas zonas do país a perder cerca de 10% da população. Uma vez mais sobrevivemos, apesar do golpe duríssimo. Portugal é uma “nação valente e imortal”, mas não devemos esquecer o significado dessas palavras.
Não podemos perder a esperança, há que ter fé em Deus (para quem acredita) nos Portugueses e em cada um de nós, agora mais que nunca! Portugal atravessa problemas graves, como o envelhecimento da população e a substituição demográfica, o êxodo de jovens e pior, o corte desses mesmos jovens com a sua identidade, os elementos que fazem de cada um de nós portugueses. Adivinham-se tempos muito difíceis. Só combatendo em todas estas frentes poderemos vencer este desafio.
Uma vez mais, temos que ter fé, e que seja essa fé a dar-nos força para remar contra a corrente, enfrentar (mais) estes desafios. Temos que nos lembrar que somos Portugueses, e que apesar de tudo iremos prevalecer! Nós demos “novos mundos ao mundo” e vencemos “o mostrengo que está no fim do mar”. Nós somos Portugal!
(Presidente da JP de Castelo Branco)