Edição nº 1635 - 22 de abril de 2020

NOVAS PUBLICAÇÕES
Obra de António Salvado está cada vez mais rica

A obra de António Salvado não para de crescer. A prova disso é que recentemente foram editados Leituras X – Considerações das Lágrimas que a Virgem Senhora das Neves derramou na Paixão de Seu Filho Santíssimo, de Frei Luís de Sousa e Leituras XI – Cântico dos Cânticos (atribuído ao Rei Salomão). Leitura, versão e nota introdutória, ambos edição e propriedade do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), com capa e lay-out de Rui Tomás Monteiro.
Há ainda a somar o livro Poesia – Poezio & Na Ausência de um Diário, Alguns Errantes Desafogos – Manke de Talibro, Kelkaj Preteraj Sensargigoj. Trata-se de mais uma obra de António Salvado, com edição bilingue em Português e Esperanto, com direção editorial de Pedro Salvado; tradução de Roxana Paz, Roger Prieto e Jorge Camacho Cordón; Coordenação de Carlos d’Abreu e André Mota Veiga; Desenho da coleção Henrique Mourato, sendo uma edição da Sirgo – Coleção Cadernos do Quarto Minguante.
Leituras X e Leituras XI continuam uma série, iniciada em 1994, constituída por pequenos volumes, reunindo textos de palestras, participações em encontros e congressos, apresentação de livros, edição comentada de obras raras, num horizonte temático que vai da Literatura à Arte, da Etnologia à História, do comentário crítico à exploração didática e, ainda, de algumas outras abordagens.
O Leitura X, como afirma António Salvado “reedita um muito original e profundo e pouco conhecido de Frei Luís de Sousa, importante prosador do Século XVII, intitulado Considerações das Lágrimas que a Virgem Senhora das Neves derramou na Paixão do Seu Filho Santíssimo, texto que estabelecemos e para o qual elaboramos uma introdução e dezenas e dezenas de notas de rodapé relativas a passagens do mesmo texto”.
O poeta Albicastrense realça que Leituras X “deveria ter sido apresentado há breves semanas, na Capela de Nossa Senhora da Piedade… Mas tal não aconteceu…”
Já quanto a Leituras XI, avança que “apresenta a nossa terceira (terceira!) tentativa de versão do célebre livro do Antigo Testamento, chamado Cântico dos Cânticos, atribuído, por tradição, mas sem qualquer fundamento, ao rei Salomão. Aliás, quanto a nós e de acordo com a nossa leitura, este rei é personagem bem pouco simpática de Cântico dos Cânticos. O autor deste (Cântico dos Cânticos) informa que Salomão possuía no seu harém «700 mulheres que eram como rainhas, 300 concubinas e as mulheres (lê-se no livro de Salomão do Antigo Testamento, lhe perverteram o coração…». Curioso que o autor do Cântico dos Cânticos tenha (destacamos um porquê?) diminuído estes números: assim, as rainhas eram 60, as concubinas 80 e as donzelas em número indefinido. E o que entrega ainda maior encanto ao entrecho do Cântico dos Cânticos é que a jovem pastora consegue fugir aos seus perseguidores (chegam a desnudá-la!), em heroica atitude modelada na inteira e radical fidelidade ao seu amante. Apesar dos encurtamentos no número das mulheres às ordens sexuais afirmado pelo autor do Cântico dos Cânticos, Salomão ergue-se como personagem nada simpática na sua decadência…”
António Salvado acrescenta que “o estabelecimento da nossa versão resulta das leituras do texto (integrado em edição da Bíblia ou editados em separado) em Português, em Espanhol, em Francês, em Italiano, e, ainda, de informações de um rabino israelita. Na nossa introdução se assinalam teorias várias sobre o real conteúdo do Cântico dos Cânticos (Livro religioso? Livro de conteúdo profano?), sobre as pontes literárias (que as teve), defendendo que, no essencial, o que apuramos nesses eternos versículos é um belíssimo poema de amor, melhor: um diálogo de amor e paixão entre um pastor e uma pastora que contra todos lutavam, norteados pela certeza de que o amor tudo vence”.
O poeta sublinha ainda que “e, já agora, recorde-se que o nosso Leituras X é consagrado a um notável historiador do Século XVIII e Albicastrense: Frei Luís da Rocha, autor de um volumoso Portugal Renascido (que narra e descreve acontecimentos anteriores à fundação do Estado Português e dos qual fizemos uma seleção de textos), obra que mereceu a admiração esclarecida de grandes vultos da historiografia do nosso Século XX, como Alfredo Pimenta, Damião Peres, Paulo Merêa…”
Já no que se refere a Poesia – Poezio & Na Ausência de um Diário, Alguns Errantes Desafogos – Manke de Talibro, Kelkaj Preteraj Sensargigoj, António Salvado avança que esta publicação, “com título em Português e em Esperanto, de pequeno formato, insere-se numa coleção, O Quarto Minguante, da responsabilidade editorial de Pedro Salvado, e é formada por um poema nosso e pró um conjunto de 16 estratos de poemas nossos em prosa, sendo o referido conjunto traduzido para Esperanto pelo professor Carlos d’Abreu, esperantista, poeta, ensaiador, antologiador. Enfim, mais uma língua a conhecer a substância dos meus versos”.
António Salvado não deixa também de destacar que “o famigerado vírus corona não permitiu que nestes primeiros meses de 2020 viessem a público três livros meus de poesia: uma reedição, Jardim do Paço, com ilustrações do Albicastrense arquiteto, pintor e cenógrafo, José Manuel Castanheira; e dois originais: Poemas para Nósside, com ilustrações do pintor Espanhol Miguel Elias; e O Esperado Momento, com desenhos do mestre Manuel Cargaleiro”.
António Tavares

22/04/2020
 

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