EM TEMPO DE PANDEMIA
25 de Abril comemorado em contenção
O 46º aniversário do 25 de Abril foi comemorado em Castelo Branco com contenção, devido à pandemia de COVID-19. Por isso, o contrário de anos anteriores não se realizou a Assembleia Municipal extraordinária e a Revolução dos Cravos foi assinalada com uma pequena cerimónia, na qual a Bandeira Nacional foi hasteada ao som do Hino Nacional, ao som de um trompete e de um acordeão, na presença dos presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal, bem como dos representantes das forças partidárias com assento neste órgão.
Devido a este novo modelo não houve discursos, mas o presidente da Câmara, Luís Correia, não deixou de apresentar uma mensagem, na qual realçou que “o dia que assinalamos hoje representou um marco para a liberdade de pensamento e de expressão em Portugal, mudou o rumo da história do nosso país e a forma como doravante esta seria escrita. Foram tempos desafiantes e de incerteza, aqueles que antecederam e que sucederam à Revolução de abril. Foi um caminho longo, com quase cinco décadas, mas onde os valores conseguidos nos permitiram viver com liberdade”.
Por isso sublinhou que “esta é, e será sempre, uma data de extrema importância para os Portugueses, mas considero que em tempos de pandemia é ainda mais imprescindível assinalá-la. Esta pandemia é uma ameaça à forma de viver que o povo português conquistou e à nossa forma de estar desde a Revolução. É uma pandemia que imprime na sociedade valores de desconfiança, receio e medo, que limita as nossas saídas ao exterior, que nos força a estar em casa e que mudou para sempre a forma como olhamos o Mundo”.
De resto a pandemia esteve no centro das atenções, com Luís Correia a afirmar que o seu combate “é hoje uma prioridade da Câmara de Castelo Branco. Não poupamos em esforços para proteger da melhor forma possível a nossa comunidade, não só no que respeita à contenção da propagação do vírus, mas também na mitigação dos efeitos que este nos causa”.
Isto para mais à frente avançar que “estamos totalmente disponíveis para prestar apoio às várias entidades locais; apoiámos financeiramente a Unidade Local de Saúde para aquisição de equipamentos necessários no combate ao vírus, materiais que estão a ser adquiridos e serão uma mais valia no futuro; disponibilizámos equipamentos para alojamento alternativo dos profissionais de saúde que estão na primeira linha de combate; disponibilizámos apoio financeiro às freguesias, conferindo-lhes meios para apoiarem as nossas gentes e, assim, garantir um combate mais eficaz contra o vírus; dirigimos apoio financeiro aos agrupamentos de escolas do nosso concelho, garantindo que os nossos alunos mais carenciados tenham acesso ao ensino de forma igual; criámos o Centro de Recursos COVID para potenciar e facilitar iniciativas solidárias de voluntariado direcionando-as para quem mais precisa e procedemos à aquisição de testes de despiste ao SARS-CoV-2/Covid-19 para testar os pro- fissionais das IPSS, das Forças de Segurança, dos Bombeiros, da Proteção Civil e funcionários do município”.
O autarca frisou também que “a nossa prioridade são as pessoas e estamos cientes do impacto negativo que esta pandemia pode ter na coesão social e económica do nosso território, tomámos diversas medidas que visam a mitigação dos seus efeitos, nomeadamente, através da redução e isenção de taxas e pagamentos, utilizando os meios que estão ao nosso alcance para reduzir o impacto financeiro que esta pandemia está a provocar aos nossos munícipes”.
Luís Correia sublinhou igualmente que, “felizmente, Castelo Branco tem um quadro epidemiológico que nos deixa esperançosos e neste sentido não posso deixar de salientar, mais uma vez, o incansável empenho coletivo de todos os Albicastrenses que têm, nesta altura, bordado Castelo Branco com contenção. O bom desempenho nesta árdua missão de que todos fomos incumbidos é revelador de uma comunidade coesa e solidária que, com sensatez e tranquilidade, está a combater este devastador vírus de forma exemplar e está consciente de que a sua liberdade termina quando a do outro começa”.
Voltando a centrar-se no 25 de Abril afirmou que “hoje recordamos um ponto de viragem na história do País e vivemos outro momento marcante na história do Mundo, com origens, fatores e repercussões tão diferentes, mas que colocam os nossos direitos e liberdades em causa. Este é, portanto, um momento de reflexão sobre a forma como vivemos e na valorização daquilo que conquistámos no 25 de Abril de 1974. Assim, e de forma a tornar possível a liberdade de amanhã, apelo à preservação de uma conduta de isolamento social, com deslocações ao exterior reduzidas ao máximo e de cumprimento das recomendações da Direção-Geral da Saúde, para que o próximo 25 de Abril faça verdadeiramente jus aos valores que defendemos”.
Na mensagem também não perdeu a oportunidade de se referir aos empresários Albicastrenses, “de espírito lutador que pela sua atitude de perspicácia e perseverança di namizam a nossa economia. A todos eles quero transmitir-lhes uma palavra de esperança e dizer-lhes que os apoiaremos em tudo o que nos for possível”.