Edição nº 1643 - 17 de junho de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

O ASSASSINATO DO AFRO-AMERICANO GEORGE FLOYD por um polícia, provocou um movimento em todo o mundo contra o racismo e a violência policial. Em centenas de cidades americanas, no Brasil, na maior parte das cidades europeias, o movimento alastrou de uma forma e intensidade que teremos de recuar até aos anos sessenta e à morte de Martin Luther King para encontrar reação semelhante. No país da vítima, sabe-se da complexidade da situação, uma nação dividida pelo comportamento de um presidente na ameaça de reação violenta aos protestos, claramente insensível ao problema, tal como aos efeitos sociais e humanos da pandemia, assumidamente mais interessado na recandidatura na corrida a um segunda mandato, desiderato que agora parece ser mais difícil de conseguir, conforme mostram as mais recentes sondagens. Como escreveu há já algum tempo Pacheco Pereira, dificilmente Trump sairá a bem da presidência e o mesmo pensa Lawrence Douglas, prestigiado professor de direito, no seu livro Will he go? Vamos ter portanto provavelmente um final de ano bastante conturbado na América. E até lá não sabemos quanto durará a força deste movimento contra o racismo, que é também ele pontuado por episódios de populismo como os que envolvem a destruição ou vandalização das representações de figuras históricas que de alguma forma possam estar ligadas à escravatura ou à opressão colonial. Pretendem alguns assim apagar episódios da história do seu país, recriar a história, revelando fracos conhecimentos e pouco senso na vandalização das estátuas, como o que aconteceu com a do padre António Lopes Vieira no centro de Lisboa, ele que foi um defensor do índio brasileiro.

O PRESIDENTE BRASILEIRO é o paradigma da personagem completamente impreparada para o cargo que ocupa. É de tal forma gritante e visível a sua desadequação que há de merecer um estudo sociológico daqui a algum tempo de distanciamento sobre o que levou gente culta, classe média escolarizada, universitários, a apoiar uma personagem de que já se conhecia, talvez não tanto em profundidade como agora, a idiotice e a falta de cultura democrática. Os idiotas têm sempre um ídolo, aquele que segue cegamente, sem se questionar. Sabe-se quem Bolsonaro idolatra. E se Trump ameaça fazer sair os EUA da OMS, adivinhe-se qual a última ideia do presidente brasileiro… Só que nem pensou num pequeno detalhe que faz os Estados Unidos serem contribuintes líquidos para a Organização, sendo mesmo o maior financiador do orçamento com 12 por cento e o Brasil receber ajudas da OMS de diversas formas, incluindo na compra de testes para o COVID-19. Por isso imaginamos a reação da OMS a esta declaração. Sentirá pena de todo um povo que está sofrendo com esta pandemia enquanto Bolsonaro se vai entretendo a brincar a pequeno ditador, sonhando com ditadura militar que o mantenha no poder por muitos e maus anos.

 

17/06/2020
 

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