João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...
COM A DECISÃO DEFINITIVA DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL, aconteceu aquilo que já todos adivinhavam, a perda de mandato de Luís Correia. Depois de um período muito atribulado que causou grande desgaste no autarca, este é o tempo de voltar a página e o executivo continuar um trabalho que, para além de um ou outro episódio menos feliz, bem explorados pela oposição, em especial PSD, no legítimo exercício dos seus direitos, um trabalho, dizíamos, que se pode considerar globalmente positivo. E que será obviamente avaliado pelos eleitores daqui a pouco mais de um ano, em setembro ou outubro de 2021. Até lá, veremos se quem ocupa agora o lugar da presidência, consegue levar a bom porto a equipa que agora até ganha um novo vereador, Carlos Semedo, a quem se reconhecem competências especiais na área da cultura. Um caminho que não estará isento de escolhos e tempestades, com um PS Albicastrense claramente dividido, com discussão das divergências na praça pública e nas redes sociais, parecendo muito difícil que se voltem a sentar à mesma mesa para discutir ideias e estratégias. Mas parece-me que a notícia da morte política de Luís Correia é manifestamente exagerada. Não se esqueça que ele ao longo destes anos foi conquistando um capital de simpatias, principalmente nas aldeias, e há a perceção de que o homem comum não repudia nem considera grave o erro cometido e que lhe retirou o mandato.
COM A TREMENDA ONDA DE CALOR que afetou o País, em especial o Interior, era de prever que o inferno das chamas voltasse para devastar o que ainda resta da floresta na nossa região. E assim aconteceu, com ou sem mão humana, as chamas em dois dias consumiram uma área superior a seis mil hectares e puseram em risco a vida dos habitantes de muitas das pequenas aldeias que tiveram as labaredas ao pé da porta, que se salvaram mas perdendo muitos bens, com prejuízos de vários milhões de euros. Um horror para quem vive o pesadelo, a dor inominável para quem perde o familiar, o jovem bombeiro da corporação de Proença-a-Nova, na guerra contra o fogo. Infelizmente, e apesar das boas intenções e da legislação publicada depois da tragédia de há três anos em Pedrógão Grande não se poderia esperar coisa muito diferente. Pelas alterações climáticas com cada vez mais frequentes situações meteorológicas extremas, E porque as alterações que terão de acontecer na floresta portuguesa será trabalho para toda uma geração. E sabendo que desastres naturais sempre haverá, caberá ao humano minimizá-lo, e é esse o papel que esperamos dos responsáveis políticos através de legislação e apoios económicos às populações que habitam aqueles espaços e onde um dos poucos meios de sobrevivência será quase sempre a floresta.